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Entrevistas

"Eduardo Bolsonaro ganha ao criticar superman gay", diz Rui Costa Pimenta

Para o presidente do PCO, quem ganha com essa discussão é a extrema direita, “porque esse tipo de posicionamento não é majoritário na sociedade, é muito minoritário. É o posicionamento de uma determinada parcela da classe média, mais intelectualizada”. Assista

Rui Costa Pimenta do PCO. (Foto: Brasil 247)
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247 - O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, comentou as declarações do deputado Eduardo Bolsonaro, que protestou contra o Superman bissexual lançado pela DC Comics

Eduardo destacou que “vários desses super-heróis inspiram adolescentes e crianças” e que “a intenção não é democratizar os super-heróis ou tornar o mundo mais tolerante, é o contrário: destruir a masculinidade dos mais tolerantes para dominar estes cordeiros e instigar o ódio nos resistentes".

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Após a declaração, Eduardo entrou nos Trending Topics do Twitter com a hashtag #BananinhaFragil.

Em entrevista à TV 247, Rui disse que quem ganha com essa discussão é o próprio Eduardo e a extrema direita, “porque esse tipo de posicionamento não é majoritário na sociedade, é muito minoritário. É o posicionamento de uma determinada parcela da classe média, mais intelectualizada”.

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Segundo ele, apesar de, no Brasil, muita gente ter “propensão à tolerância”, “a sociedade é inerentemente conservadora até o momento em que ela explode numa mudança geral”. “A maioria das famílias vão olhar isso com certo receio”, afirmou.

Ele ainda lembrou que esse debate pode ser muito explorado pela extrema direita e “é totalmente idiota, forçado por grandes grupos econômicos. A DC não é um indivíduo privado, é um grande grupo econômico e influente”.

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Grupos econômicos não querem libertação

Ainda, segundo Rui Costa Pimenta, não se pode afirmar que os grandes capitalistas que promovem essa política de tipo inclusiva queiram realmente promover a diversidade. “Não podemos nunca partir do princípio de que os grupos econômicos querem tolerância e diversidade, porque isso é absurdo, pois são eles que promovem a guerra, a destruição econômica de países, não faz sentido eles serem tolerantes”, afirmou.

“Eles promovem isso daí como um projeto político para cooptar um setor de classe média mais ou menos intelectualizado, ‘bem pensante’, que vai entrar nessa onda e vai ser cooptado pelo grande capital”, ressaltou. 

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“A gente viu a operação para eleger o [presidente dos Estados Unidos, Joe] Biden. Foi uma mega operação de cooptação de setores de classe média, inclusive, da esquerda, que foi engolida pelo Biden e agora está sendo responsável pelo fracasso precoce do governo”, argumentou.

Burguesia ganha com as duas posições

O presidente do PCO afirmou também que, da forma como está sendo feito o debate, as classes dominantes ganham com as duas opções: com a extrema direita e com as pautas identitárias.

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“Eles têm um cálculo da oposição, que vai ficar concentrada em dois setores da burguesia: os que são a favor e os que são contra. E vai estimular um choque muito grande, onde eles vão ganhar nas duas pontas da luta, porque se extrema direita acabar sendo vitoriosa, eles vão governar com a extrema direita, que não vai abolir os grandes capitalistas; pelo contrário, são os grandes capitalistas que vão governar com a extrema direita”, disse.

“Se a extrema direita não governar, eles vão ter uma base social [de classe média] que vai apoiar e aumentar o controle sobre a situação política, uma vez que eles vão controlar o caráter da luta”, continuou.

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“Os identitários, são muito fanatizados, temos visto isso no Brasil, qualquer coisa, pulam da cadeira, apontam, acusam, e isso serve para vários tipos de política diferentes. E os outros [a extrema direita] também são fanatizados. No entanto, eu acho que no frigir dos ovos, a balança pende para a extrema direita, não para os identitários liberais”, ressaltou.

Pauta nas eleições

Segundo Rui, que defende a candidatura do ex-presidente Lula (PT) em 2022, “sem dúvida nenhuma” a questão do identitarismo vai ser um tema central nas eleições de 2022. “Nós vamos ter duas possibilidades. Uma é a terceira via encampando de uma maneira muito declarada essa questão identitária para mascarar sua política antinacional e antipopular”, afirmou o presidente do PCO, que lembrou da política atual do PSDB em São Paulo, que tem buscado adotar pautas identitárias.

“O maior identitário do país é o [governador de São Paulo, João] Doria, que está concorrendo [dentro do PSDB] contra o candidato gay [o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite]. Então o PSDB tá com tudo nesse negócio”, afirmou. 

“Eu vi uma entrevista de um economista do [ex-presidente] FHC dizendo ser de esquerda, o que é uma picaretagem sem fim. Qual é o esquerdismo do PSDB? É que eles seriam a favor das mulheres, dos negros, dos gays, o que é mentira, porque essa política não é a favor de ninguém na realidade. É só para dar palco a uma minoria barulhenta fazer propaganda”, declarou.

“Se não forem eles, o Bolsonaro vai atacar o PT como sendo responsável pela defesa de toda a loucura identitária. O PT não vai aparecer como defensor do negro, mas como defensor das loucuras identitárias a respeito do negro”, argumentou Rui, que lembrou como na eleição de 2018 isso foi explorado pela extrema direita.

“Teve a questão do ‘kit gay’ também. A extrema direita vai fundo nisso daí. E, na eleição passada, colocaram o PT na defensiva, tendo que desmentir”, concluiu.

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