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Antony Blinken nega padrão duplo dos EUA em relação a denúncias de abusos cometidos por militares israelenses

Ativistas dizem que Washington tem sido rápido em condenar as ações da Rússia, por exemplo, mas não tem a mesma postura ao criticar Israel pelo crime de genocídio

Antony Blinken (Foto: REUTERS)
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Por Humeyra Pamuk e Jonathan Landay

WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, rejeitou nesta segunda-feira as sugestões de que o governo norte-americano poderia ter um "padrão duplo" ao aplicar a lei dos EUA às alegações de abusos cometidos pelos militares israelenses em Gaza e disse que os exames de tais acusações estão em andamento.

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"Temos um padrão duplo? A resposta é não", disse Blinken em uma coletiva de imprensa anunciando os relatórios anuais de direitos humanos do Departamento.

"Em geral, quando analisamos os direitos humanos e a situação dos direitos humanos em todo o mundo, aplicamos o mesmo padrão a todos. Isso não muda se o país é um adversário, um concorrente, um amigo ou um aliado", disse ele.

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"Quando se trata de alegações de incidentes ou de violações do direito humanitário internacional, abusos de direitos... temos processos dentro do departamento que estão analisando os incidentes que foram levantados. Esses processos estão em andamento", disse Blinken.

Ele se recusou a informar quando esses processos poderão produzir uma avaliação definitiva.

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A conduta militar de Israel está sob crescente escrutínio, pois suas forças mataram 34.000 palestinos na Gaza sitiada, de acordo com autoridades de saúde do enclave, muitos deles civis e crianças. A Faixa de Gaza foi reduzida a uma terra arrasada, e a extrema escassez de alimentos tem provocado temores sobre inanição.

Israel lançou seu ataque em resposta a um ataque do Hamas em 7 de outubro, no qual, segundo Israel, 1.200 pessoas foram mortas.

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Grupos de defesa dos direitos humanos têm denunciado inúmeros incidentes de danos a civis durante a ofensiva das forças militares israelenses em Gaza, bem como alertado sobre o aumento da violência na Cisjordânia ocupada por Israel, onde os registros do Ministério da Saúde palestino mostram que as forças israelenses ou colonos mataram pelo menos 460 palestinos desde 7 de outubro. Mas, até o momento, o governo Biden disse que não considerou que Israel violou a lei internacional.

Defensores levantaram questões de dois pesos e duas medidas, dizendo que Washington tem sido rápido em condenar as ações, por exemplo, da Rússia em sua invasão da Ucrânia, mas o governo Biden tem tido o cuidado de não ir longe demais em suas críticas a Israel.

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Brian Finucane, consultor sênior do Programa dos EUA no International Crisis Group, rebateu os comentários de Blinken, dizendo que era "falso" dizer que parceiros e adversários recebem o mesmo tratamento sobre a questão.

"Com adversários como a Rússia, há uma demanda política para fazer determinações quase legais e públicas sobre crimes de atrocidade. Com parceiros como Israel, há a exigência política oposta de evitar chegar a conclusões legais inconvenientes", disse Finucane, que já foi advogado do Departamento de Estado.

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Washington concede 3,8 bilhões de dólares em assistência militar anual ao seu aliado de longa data. Democratas de esquerda e grupos árabes norte-americanos criticaram o apoio constante do governo Biden a Israel, o que, segundo eles, lhe dá uma sensação de impunidade.

Mas este mês, pela primeira vez, o presidente norte-americano, Joe Biden, ameaçou condicionar o apoio a Israel e insistiu que o país tomasse medidas concretas para proteger os trabalhadores de ajuda humanitária e os civis.

Israel nega as alegações de causar deliberadamente sofrimento humanitário no enclave. Nega também ter deliberadamente os civis como alvo, acusando o Hamas de usar prédios residenciais como cobertura. O Hamas nega isso.

O Departamento de Estado, em seu relatório de direitos humanos de 2023 sobre Israel, disse que a guerra com o Hamas teve "um impacto negativo significativo" sobre a situação dos direitos humanos em Israel e citou alegações de inúmeros incidentes, como assassinatos arbitrários ou ilegais, desaparecimento forçado, tortura e prisões injustificadas de jornalistas, entre outros.

"As autoridades israelenses que operam em Gaza não tomaram nenhuma medida publicamente visível para identificar e punir os oficiais acusados de cometer abusos contra os direitos humanos", disse o relatório, que abrange os incidentes do ano passado.

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