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Juca Simonard

Jornalista, tradutor e professor de francês. Trabalhou como redator e editor do Diário Causa Operária entre 2018 e 2019. Auxiliar na edição de revistas, panfletos e jornais impressos do PCO, e também do jornal A Luta Contra o Golpe (tabloide unificado dos comitês pela liberdade de Lula e pelo Fora Bolsonaro).

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Chacina do Jacarezinho: abaixo o terrorismo de Estado; fim da polícia!

A esquerda precisa ter uma política para enfrentar a violência fascista e terrorista do Estado capitalista

(Foto: Reprodução/Twitter)
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Por Juca Simonard

A polícia do Rio de Janeiro promoveu nesta quinta-feira, 6, mais um ato terrorista contra a população pobre e negra da cidade. Descumprindo medida do próprio Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Civil carioca foi à favela do Jacarezinho e assassinou, pelo menos, 24 pessoas.

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Como revelou o advogado Joel Luiz Costa, nas redes sociais, foi uma operação de “execução”. “Entramos em cinco ou seis casas, todas com a mesma dinâmica. Um menino morreu sentado numa cadeira. Ninguém troca tiro sentado numa cadeira, isso é execução”, afirmou. 

“Pessoas que estavam indo trabalhar foram baleadas dentro do trem”, denunciou a deputada Sâmia Bomfim (PSOL).

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No Brasil, as chacinas promovidas pela polícia já se tornaram corriqueiras e mostram o verdadeiro regime de repressão que existe contra os trabalhadores. Tão comum que é, viraram tema de diversas canções da música popular, sendo representadas em boa parte das composições do Rap nacional, que retrata a situação criada pelo neoliberalismo, mas também por músicas mais antigas, como “Acender as Velas”, do sambista Zé Kéti.

Como disse o compositor, “acender as velas já é profissão” e “a gente morre sem querer morrer”, mostrando que o clima policialesco e ditatorial nos bairros pobres das grandes cidades brasileiras não é algo novo. Com razão, o rapper Eduardo Taddeo, ex-Facção Central, denunciou diversas vezes a “guerra civil brasileira”.

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Longe de estar concentrada nas cidades brasileiras, esta guerra civil se estende ao longo de todo o território nacional e é ainda mais brutal no campo. Com o golpe de Estado de 2016 e o governo do fascista Jair Bolsonaro, a repressão capitalista contra a população, seja através da polícia, ou através de jagunços e seguranças de mercados, aumentou.

Cada semana que passa, aparece a notícia de mais uma morte de um militante sem-terra, de agressões de seguranças privados contra pessoas que, desesperadas pela crise econômica, roubaram (ou foram acusadas) um alimento no mercado, e assim por diante.

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Isso precisa acabar. A esquerda precisa ter uma política para enfrentar a violência fascista e terrorista do Estado capitalista. Primeiro de tudo, unificando esta política à luta geral contra o golpe, pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” - o que inclui a direita supostamente democrática, como João Doria, Rodrigo Maia, Eduardo Paes e Renan Calheiros.

Segundo, é preciso levantar uma intensa campanha pela extinção da polícia, que é um órgão da burocracia estatal para reprimir a população pobre, atacar manifestantes, enfim, realizar a política de controle do regime político. Não basta pedir a “desmilitarização” da Polícia Militar, pois conforme mostrou a chacina no Jacarezinho - feita pela Polícia Civil - e também a polícia norte-americana (não militarizada), a chacina é uma política geral dos órgãos policiais, militarizados ou não.

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Terceiro, diante da extinção da polícia, o movimento operário precisa se desvincular do programa desarmamentista do imperialismo e levantar a histórica reivindicação democrática, há muito abandonada, de armamento geral da população e pela formação de milícias populares regionais para que o povo assegure sua própria segurança. Como disse Lênin, "a única garantia de democracia é o fuzil ao ombro do trabalhador".

É uma discussão que precisa ser aprofundada e muito bem feita entre os diversos setores da esquerda brasileira, profundamente atrasada. Os setores mais esclarecidos, entretanto, precisam desde já colocar essa política como prioritária na sua luta. O povo deve ter direito de se autodefender e formar milícias populares nas favelas e nos bairros operários.

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