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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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O Ministério da Cozinha

Cozinhar a partir dos elementos naturais, não industrializados, é um ato sustentável, saudável para o meio ambiente, para o nosso corpo, para a nossa mente

(Foto: joey333)
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Se eu fosse presidente da República não tenham dúvidas, um dos meus primeiros atos seria a criação do Ministério da Cozinha, cuja principal tarefa seria ensinar as pessoas a cozinhar, a conhecer e preparar os alimentos, a fugir dos alimentos ultraprocessados e optar por uma alimentação mais saudável e racional. A culinária seria disciplina obrigatória nas escolas brasileiras. Culinária seria, portanto, política pública.

Cozinhar é interagir com os alimentos, conhecê-los, saber de onde vêm, é a possibilidade de incentivar o pequeno produtor, a agricultura urbana, é poder praticar a política da “produção local, consumo local”, contribuindo para uma alimentação mais sustentável e ecológica.

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Como tenho uma relação de quase 60 anos com a cozinha, aprendi que a cozinha nos dá, independência, liberdade, segurança. Aprendi que posso depender apenas de mim mesmo, enquanto tiver saúde, para me alimentar e aos meus familiares. É claro que se houver uma política governamental de produção e distribuição de alimentos a preços razoáveis, isso facilita as coisas. 

Seria tarefa do novo ministério cuidar que o alimento chegue à mesa dos brasileiros a preços mais baixos do que estamos vendo agora no governo Bolsonaro.

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Em defesa de uma alimentação mais saudável e barata, o Ministério da Cozinha seria o porta-voz da população para dialogar com os ministérios da Agricultura, da Economia, da Industria e Comércio, do Meio Ambiente, da Saúde, do Trabalho.

Um ato político

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Podemos ver a cozinha de diversas formas. Cozinha é cultura, cozinhar é um ato de amor, cozinhar é um ato revolucionário, mas cozinhar é também, e sobretudo, um ato político.

Assim pensa, por exemplo, a atual embaixadora do México no Brasil, a escritora – e cozinheira - Laura Esquivel, autora do livro “Como água para chocolate”, que virou filme em 1992 (do qual ela foi a roteirista) dirigido por Alfonso Arau.

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Em entrevista ao jornal o Globo em março deste ano ela diz, entre outras coisas: “A cozinha é a base de toda ação política. O que um povo semeia, como semeia, compartilha, distribui, isso diz muito sobre uma nação”.

O badalado e afamado chef peruano Gaston Acurio, dono de 50 estabelecimentos espalhados pelo planeta, já disse que uma de suas grandes missões na vida era a de tentar convencer as pessoas a cozinhar em casa. “A verdadeira importância da cozinha, para as lutas diárias em nível ambiental, cultural, social e nutricional, está em casa”. Ele acredita ser a alimentação um fator modificador importante da sociedade, da indústria e do meio ambiente.

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Incentivar as pessoas a cozinhar, preparar seu próprio alimento é, atualmente, quase que um movimento mundial. Cozinhar significa utilizar, quase sempre, produtos in natura e processá-los para transformá-los em comida pronta para serem consumidas. Isso quer dizer que, adquirindo produtos in natura, ou minimamente processados, estamos contribuindo economicamente e socialmente para o desenvolvimento e o crescimento da agricultura familiar, do pequeno produtor.

Cozinhar a partir dos elementos naturais, não industrializados, é um ato sustentável, saudável para o meio ambiente, saudável para o planeta, saudável para o nosso corpo, para a nossa mente, para a nossa autoestima. É um ato ecológico. Quanto mais cozinhamos, mais estamos contribuindo para um planeta mais feliz.

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Então fica aqui a ideia da criação de um ministério moderno, revolucionário, participativo: o Ministério da Cozinha.

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