“Sepulcros caiados”: a hipocrisia da oposição
Não há como deixar de apontar a hipocrisia da oposição, que, mesmo com lideranças nacionais e estaduais delatadas na Lava Jato, não se furta a acusar e pedir o afastamento do governador de Minas, Fernando Pimentel
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"Atirou no que viu e acertou no que não viu". A frase popular define bem o resultado obtido pelo DEM na ação impetrada no STF com o objetivo claro de afastar do cargo o governador de Minas, Fernando Pimentel. Junto com o aliado PSDB, a legenda pretendia respaldar na Corte maior o artigo da Constituição mineira que determina o afastamento prévio do governador, em caso de processo por crime comum, sem a necessidade de autorização da Assembleia Legislativa. Mas, "no frigir dos ovos", a oposição não somente fracassou na tentativa de "golpe" em Minas, como acabou "dando um tiro no próprio pé".
É bem verdade que, contrariando 52 decisões anteriores, o STF validou parcialmente a tal norma estadual ao decidir que não há necessidade de autorização da Assembleia Legislativa para que o STJ receba a ação contra o governador Fernando Pimentel. Mas, por outro lado, todos os ministros se posicionaram contra o afastamento prévio. Ao mesmo tempo, o tribunal estendeu para as Constituições de todos os Estados a dispensa da autorização legislativa.
Por essa, definitivamente, a oposição não esperava! Afinal, devem ser atingidos pela decisão vários de seus governadores aliados. Entre eles estão Beto Richa (PSDB), do Paraná; Geraldo Alckmin (PSDB), de São Paulo; Marconi Perillo (PSDB), de Goiás; Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro; e Marcelo Miranda (PMDB), do Tocantins, alvos de petições ao STJ, após serem implicados em delações da Odebrecht.
Por sua vez, o governo de Minas recebeu a decisão até com certo alívio. Como declarou o governador, ao descartar o afastamento prévio, ela garantiu estabilidade ao governo. Em contrapartida, se o STJ decidir pelo recebimento da ação, finalmente Pimentel poderá defender-se, demonstrando que, após serem quebrados seus sigilos postal, telefônico, fiscal e bancário, nada contra ele foi encontrado. Estamos convictos de que, sem ingerências políticas, observados somente os aspectos legais, sua inocência será provada.
Quanto ao "cabo de guerra" criado pela oposição, obstruindo todas as votações na Assembleia Legislativa, faço minhas as palavras do líder da base governista André Quintão (PT). Não faremos o debate sujo. O que interessa à população é que o Estado funcione, e não podemos paralisá-lo em função dessa questão. Não é ao governo que fazem obstrução, mas ao povo de Minas Gerais. Espero que possamos retomar os trabalhos, pois a sociedade saberá cobrar os responsáveis pela inoperância.
Por fim, não há como deixar de apontar a hipocrisia da oposição, que, mesmo com lideranças nacionais e estaduais delatadas na Lava Jato, não se furta a acusar e pedir o afastamento do governador. Defende ela uma condenação sumária, sem direito a defesa e ao devido processo legal, inclusive para si próprios? Lembram-me os fariseus, comparados por Jesus a "sepulcros caiados". Por fora, belos e justos, mas por dentro...
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