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Chefe da Receita montou operação com gabinete de Bolsonaro para liberar joias confiscadas

Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, chegou a ter ofício para retirar as joias aprovado pelo ex-chefe da Receita Julio Gomes, mas burocracia evitou resgate dos bens

Jair Bolsonaro e Julio Cesar Vieira Gomes (Foto: Reuters | Reprodução)
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247 - O ex-chefe da Receita Federal do Brasil, Julio Cesar Vieira Gomes, articulou nos bastidores com o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), a redação de um ofício para solicitar, de maneira irregular, o resgate das joias estimadas em R$ 16,5 milhões, dadas como um presente da Arábia Saudita a Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle. A informação é da jornalista Andréia Sadi no g1.

Julio Gomes estava "em contato direto com Bolsonaro nos últimos dias de dezembro" para discutir o resgate das joias que estavam nos cofres da Receita no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O ex-presidente estava "pilhado" para recuperar as joias, pois não queria "deixar nada para a gestão Lula" - mais um indício de que os objetos não iam para a União, como alguns bolsonaristas chegaram a alegar.

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Em 28 de dezembro, Cid assinou a correspondência ao então chefe da Receita, em que pedia a “incorporação dos bens abaixo descritos a este órgão da União” e autorizava que os bens fossem retirados pelo representante Jairo Moreira da Silva, primeiro-tenente da Marinha. O ofício foi anexado em um email do assessor de Cid, o tenente Cleiton Henrique Holszchuk, e enviado a Julio Gomes.

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Apenas uma hora depois, o chefe da Receita ordenou a seu subordinado, o então superintendente do órgão em São Paulo José Roberto Mazarin, que acatasse ao pedido do ofício: “Boa Tarde, Mazarin. Solicito Atender. Peço também encaminhar ao delegado ALF (alfândega) Guarulhos. Abraços”.

Ocorre que nem Cid e nem Julio Gomes tinham atribuição para solicitar e autorizar o resgate das joias naquela ocasião. A solicitação caberia ao gabinete de Documentação Histórica, enquanto a autorização necessitava de um documento chamado Ato de Destinação de Mercadoria (ADM) - cuja confecção envolveria um trâmite legal e a pessoa adequada para isso estava no Aeroporto de Viracopos (em Campinas) naquela semana.

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Servidores da Receita em Guarulhos, então, estranharam as movimentações e abriram um longo debate escrito sobre o procedimento correto a se adotar naquela situação. Na prática, ganharam tempo para que o novo governo Lula (PT) tomasse posse e as movimentações mudassem de rumo.

Houve pressões de Gomes e até mesmo a chegada do avião da FAB ao local, mas as conversas não avançaram e as joias ficaram retidas até o fim do governo Bolsonaro - e lá estão até hoje.

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