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Sudeste

Anistia Internacional: Polícia realizou execução sumária no Jacarezinho

A diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, também afirmou que as mortes no Jacarezinho não deveriam ser chamadas de "resultado de operação policial" ou de "tiroteio", mas frutos de uma "chacina" ou um "massacre"

(Foto: Reprodução / TV Globo)
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247 - Segundo a diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, afirmou que as 24 mortes de civis e a de um policial na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, não deveriam ser chamadas de "resultado de operação policial" ou de "tiroteio", mas frutos de uma "chacina" ou um "massacre".
As mortes foram resultados de uma chacina promovida pela Polícia Civil.

"As pessoas talvez estejam com dificuldade de escrever na mesma frase 'polícia' e 'chacina', possivelmente em uma espécie de negacionismo. Pois dizer que a polícia cometeu uma chacina é realmente algo chocante", afirmou à coluna de Leonardo Sakamoto, no UOL.

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"A definição técnica de chacina é quando há mais de três mortos em uma mesma iniciativa de matar. E essa teve 24, mais o policial que morreu na ação. É uma definição crua e simples", destacou.

"Existe uma certa legitimação da violência policial quando há 'suspeitos' e 'favelas' do outro lado. Se fosse em um condomínio na Barra da Tijuca, onde moram os ricos, não haveria 'suspeitos' e os nomes adotados para a operação seriam muito piores do que 'chacina' e 'massacre' ", afirma.

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"Ter levado uma bala torna uma pessoa automaticamente suspeita. Morrer na mira da polícia é um atestado de suspeição", avalia. “Não é justificável esse tipo de execução sumária", disse.

Ela destacou que a função da polícia é investigar, prender e levar à Justiça as pessoas sobre as quais pesarem evidências de envolvimento com o crime.

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Caos no Jacarezinho

A Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, que foi à favela do Jacarezinho. Moradores relataram a integrantes da comissão que policiais mataram um homem dentro do quarto de uma menina. Os moradores da casa afirmaram que um “suspeito” entrou na casa ferido e desarmado.

Em seguida, policiais entraram no imóvel e o encontraram dentro do quarto da criança. Os cinco moradores ficaram todos na sala e ouviram os disparos que mataram o homem.

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Imagens do advogado Joel Luiz Costa mostram o lençol cor-de-rosa ensanguentado e muito sangue no chão do quarto.

Os relatos estão de acordo com o clima caótico relatado pela defensora pública do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos, Maria Julia Miranda, que foi à favela do Jacarezinho pouco antes de ser anunciado o fim da operação da Polícia Civil.

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Ela disse que um rapaz foi executado no quarto de uma menina de 8 anos. "Inclusive, a coberta que ela [a menina] usa estava na poça de sangue. Essa menina está completamente traumatizada. (...) Provavelmente nesses casos houve execução. O que, pra gente, configura desfazimento de cena de crime", acrescentou.

Operação descumpriu decisão do STF

O governo do Rio de Janeiro descumpriu a liminar deferida pelo ministro Edson Fachin e referendada pelo plenário da corte que proibiu operações policiais nas comunidades durante a pandemia da Covid-19, a partir da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) nº 635, conhecida como “ADPF das Favelas”.

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Com 24 mortos pela polícia, a Chacina do Jacarezinho é a maior da história da cidade do Rio de Janeiro e a segunda maior da história do estado. Mas as entidades de direitos humanos dizem que o número de mortos pode subir ainda mais.

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