Nobre Jorge, primo do príncipe (dos poetas)
O poeta, escritor e jornalista Guilherme de Andrade e Almeida morreu em São Paulo, ele contava com 78 anos
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“Você sabe de onde eu venho? / Venho do morro, do Engenho, Das selvas, dos cafezais, / Da boa terra do coco, / Da choupana onde um é pouco, Dois é bom, três é demais, / Venho das praias sedosas, / Das montanhas alterosas, / Do pampa, do seringal, / Das margens crespas dos rios, / Dos verdes mares bravios Da minha terra natal.” (Canção do Expedicionário, Guilherme de Almeida)
Apesar dos enormes esforços do Prefeito Dário, que, para o bem da cidade, precisa ser reeleito ao lado de Wandão Almeida, e do mérito do seu projeto de revitalização do centro, há muito a ser feito ainda e nós, o povo, temos de ajudar (estou até pensando em levar meu escritório para o centro da cidade).
Quando eu soube que o busto de Guilherme de Almeida, que ficava sobre um monumento na praça em frente ao fórum foi furtado, fiquei muito triste, pois, eu, ainda menino, estava lá na inauguração da revitalização da praça e do busto; não me lembro o ano, mas lembro que foram meus avós que me levaram à solenidade (o prefeito era Lauro Péricles e a reurbanização da praça, que incluía o busto de Guilherme de Almeida, estavam no contexto das festividades dos duzentos anos da fundação de Campinas).
No granito sobre o qual repousava o busco do poeta foi esculpido fragmento de um seu poema: “como de mim a de partir uma alma / de mim partiu meu primeiro verso / Campinas adorada e amada minha / deixei de ser eu, para ser nós”, li e nunca esqueci esse verso (é incrível como as crianças aprendem coisas novas rapidamente e não esquecem, tenho observado isso na minha neta, com o tempo e atenção que a vida me roubou em relação aos meus filhos).
Sobre o poeta – O poeta, escritor e jornalista Guilherme de Andrade e Almeida morreu em São Paulo, ele contava com 78 anos.
O “Príncipe dos Poetas”, foi um homem do seu tempo, um democrata corajoso.
Era chamado de “O Principe dos poetas”, pois, em 1959, venceu concurso organizado pelo jornal Correio da Manhã, foi eleito o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, venceu Manuel Bandeira, que se referia a Guilherme como “o maior artista do verso em língua portuguesa”.Meu avô não se cansava de dizer: “Guilherme de Almeida é campineiro e certamente pontepretano como nós”, e eu completo, como seu primo, o historiador e imortal Jorge Alves de Lima.
Sim, o poeta campineiro nasceu em 1890 em Campinas, filho do jurista Estevam de Almeida e de Angelina de Andrade Almeida; ele se formou em Direito na Faculdade do Largo São Francisco em 1912 e iniciou a carreira literária aos 27 anos, com o livro de poesias “Nós”, em 1917.
Guilherme de Almeida foi um dos mais ativos da Semana de Arte Moderna de 1922, foi diretor da modernista revista Klaxon. Em 1923, casou-se e passou a residir no Rio, mas em 1925 regressou a São Paulo e voltou a trabalhar no jornal O Estado de São Paulo, onde passou a fazer crítica cinematográfica, na coluna “Cinematographos”, e crônica social.À época, grande difusor das ideias nacionalistas do modernismo, percorreu diferentes regiões do país. Imprimindo a temática brasileira, Almeida publicou os livros “Meu” e “Raça” (1925), entre outros. Ele foi o primeiro dos modernistas a ser recebido pela Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1930, eleito para a vaga do poeta, folclorista e filólogo Amadeu Amaral.Como todos que lutam contra o arbítrio o poeta viveu exilado em Portugal, com outros paulistas, em razão da sua participação na Revolução Constitucionalista e antifascista de 1932. Nos anos 40 voltou ao Brasil, foi redator e colunista de O Estado de São Paulo e, de 1943 a 1945, diretor da Folha da Manhã.
Modernista, nacionalista e democrata, assim foi o Principe dos Poetas.
Pouca gente sabe que vive em Campinas um primo do poeta, me refiro ao nobre presidente da Academia Campinense de Letras, com quem mantive fraterna conversa recentemente. O Dr. Jorge, sempre modesto, me corrige e diz que era sua avó a prima de Guilherme de Almeida e não ele, mas seguirei reconhecendo no nobre Dr. Jorge a luz do poeta.
Sobre o nobre primo do poeta – Encontrei o historiador, escritor, advogado e procurador municipal Jorge Alves de Lima, presidente da Academia Campinense de Letras, conversamos sobre tantos assuntos, lembramos da amizade dele com o Jacó Bittar e do empenho do Dr. Jorge, nos bastidores, para prazer o Lago do Café para a cidade, era espaço público do governo federal.
Da forma que eu entendo os tempos e movimentos na sociedade, vejo o Dr. Jorge como um militante saudavelmente radical da defesa da cultura e da História, seus artigos no CORREIO são presentes para esta e para futuras gerações, assim como sua obra sobre a vida do Maestro Carlos Gomes.
Conversa vai, conversa vem, lá pelas tantas ele me contou ser primo do poeta Guilherme de Almeida; comentei com ele sobre o furto do busto do poeta então, para minha alegria, ele me falou que havia trazido de uma certa prefeitura e por empréstimo, uma réplica do busto furtado, o qual já está na posse da secretaria de cultura e servirá de modelo para a confecção de outra, necessária a substituir a furtada.
Dr. Jorge é muito espirituoso e me disse: “Guilherme (de Almeida) veio comigo de carro, viemos conversando”, e, sempre discreto, sorriu da imagem fantástica que a imaginação e o bom humor criaram e que ele pode compartilhar comigo.
Esse o Dr. Jorge, discreto nobre militante da cultura e da História.
Sorte de Campinas o prefeito Ruy Novaes tê-lo impedido de voltar para o Paraná após a sua graduação em Direito; sua presença na nossa cidade tem sido fundamental para a cultura e para a História de Campinas.
Conclusão – É como dizem: quem sai aos seus não degenera.
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