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Carla Teixeira

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História Membro do Conselho Editorial da Revista Temporalidades - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

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Quantos mais o genocida poderá (mandar) matar até que o TSE tome providências?

"Ao que parece, o TSE deve estar esperando o assassinato político de um candidato para tomar providências", escreve Carla Teixeira

Alexandre de Moraes e o prédio do TSE (Foto: Ascom/TSE)
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Por Carla Teixeira 

O assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, cometido com requintes de crueldade pelo bolsonarista Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, é mais um episódio que retrata os danos irreparáveis causados pela presença de um facínora na Presidência da República. De acordo com Oliveira, o motivo do crime foi ódio político: Benedito defendia a candidatura de Lula e ele a de Bolsonaro.

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Após confessar, Rafael de Oliveiradisse ter “saído de si” e assassinado a vítima durante uma discussão sobre suas preferências eleitorais. Na luta corporal que travaram, o autor do crime atingiu com pelo menos 15 facadas as costas, o olho, o pescoço e a testa de Benedito que permaneceu caído no chão ainda com vida. Em seguida, o bolsonarista contou que tentou decapitá-lo utilizando um machado (não explicitou se neste momento ainda estava “fora de si” ou se já havia recobrado os sentidos). Depois do crime, Rafael filmou o cadáver. Ferido, buscou atendimento médico e negou o homicídio. Sem fatos para sustentar sua versão, admitiu que matou por motivos políticos e foi preso após decisão da justiça do Mato Grosso.

Este crime acontece dois meses após o assassinato do petista Marcelo Arruda, covardemente morto na frente de seus quatro filhos durante seu aniversário de 50 anos. Na ocasião, o bolsonarista Jorge Guaranho invadiu o salão de festa e atirou contra Marcelo enquanto gritava “Aqui é Bolsonaro, aqui é mito”, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Guaranho segue preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

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Na divulgação dos assassinatos, é notável o papel da grande imprensa em sua cobertura “jornalística” que minimiza a responsabilidade de Jair Bolsonaro. Em manchete, O Globo noticiou o assassinato político do Mato Grosso como “Briga entre apoiadores de Bolsonaro e Lula termina em morte”. A mesma operação ocorreu no caso de Marcelo Arruda, quando a Polícia Civil do Paraná e a imprensa tentaram esconder o evidente caráter político do homicídio.

Ambos os crimes respondem ao discurso do genocida que ocupa a presidência da República. Vale lembrar que Bolsonaro segue delinquindo e incitando a violência desde as eleições de 2018, quando disse que era necessário “metralhar a petralhada”. Não por acaso, a morte de Benedito ocorreu na noite do último 7 de setembro, logo após Jair Bolsonaro raptar o bicentenário da independência para fazer campanha eleitoral, dizer que é “imbrochável” e bradar a necessidade de “extirpar” Lula, a esquerda e “essa gente que tem cabeça vazia”. Enquanto Jair Bolsonaro dá as instruções, seus seguidores obedecem e até assassinam opositores: diariamente há notícias de adversários que são ameaçados ou sofrem atentados de bolsonaristas por todo o Brasil.

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A violência também atinge candidatos. No Rio de Janeiro, um ato da pré-campanha de Marcelo Freixo (PSB) para o governo foi interrompido por bolsonaristas armados. Em São Bernardo do Campo, Guilherme Boulos (PSOL), candidato a deputado federal, foi ameaçado por um homem que ergueu a camiseta e colocou a mão no cabo da arma logo após dizer “eu sou Bolsonaro”. Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) – crítico descontrolado de Lula e ativo como linha auxiliar do bolsonarismo – também tornou-se vítima do ódio que ajuda a disseminar. Em ato de campanha, Ciro sofreu tentativa de agressão por parte de um homem armado que dizia defender  Bolsonaro. Como se vê, o grau de violência apenas aumenta e ainda nem chegou o primeiro turno das eleições. Não exageram os que anunciam um eventual segundo turno tenebroso.

Se parece óbvia a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro nos crimes políticos mencionados, é importante ressaltar a cumplicidade das autoridades e da mídia corporativa. No Brasil, a grande imprensa tornou-se peça de propaganda do neoliberalismo, de modo que atenua a gravidade dos delitos cometidos pelo Presidente da República e por sua família já que o governo garante a manutenção da agenda econômica neoliberal.

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Assim, sem explicar ou ser cobrado – vide a medíocre entrevista feita pelo JN - a respeito dos casos de corrupção, como os 51 imóveis comprados em dinheiro vivo por sua família, Jair Bolsonaro, instala o regime do terror e incita a violência para radicalizar o clima político. Intimida e até mesmo estimula a aniquilação física de seus opositores no meio de uma eleição que, de acordo com as pesquisas, parece estar perdida para ele.

 O Tribunal Superior Eleitoral, que chegou a proibirLula de chamar Bolsonaro de genocida, torna-se cúmplice do facínora ao permitir que ele siga estimulando o ódio entre os seus e emitindo declarações públicas que dão a entender sua aprovação aos sucessivos assassinatos políticos. Cada morte cometida por bolsonaristas neste período eleitoral, por motivações políticas, é de responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro.

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Lula fez bem ao subir o tom, denunciar a responsabilidade de Bolsonaro, assim como a obrigação que tem o Partido dos Trabalhadores no cuidado das famílias dos mortos por bolsonaristas. Ao que parece, o TSE deve estar esperando o assassinato político de um candidato para tomar providências contra o discurso de ódio expressado diariamente pelo delinquente, facínora, desumano que ocupa a Presidência da República e busca a reeleição.

Resta saber quantos mais precisarão morrer até que as autoridades competentes tomem providências e a velha grande mídia pare de amenizar os crimes do genocida – ou se, a despeito do barbárie crescente, manterão a conivência medíocre que têm apresentado, caminhando ombro a ombro com os covardes, assassinos e canalhas para a lata de lixo da história.

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