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Barbosa tentou passar batido por bate-boca

Nada foi verdadeiramente consertado. Mas a força de Ricardo Lewandowski, não há dúvida, saiu muito mais nítida

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Joaquim Barbosa, na abertura da sessão do Supremo Tribunal Federal de 21.8.13, mostrou-se visivelmente desconfortável quando teve que se explicar sobre a ofensa a Lewandowski. Tentou passar batido pela situação, lançando bravata, repetidas vezes, de que seu interesse como presidente era apenas a celeridade processual e a justiça, deixando tristemente subentendido que, se invocava tais preceitos para si, deixava em aberto que um ou outro colega poderia não se importar tanto com a ética do tempo processual. Lastimável que JB tenha escolhido este caminho.

Imediatamente após uma pausa, Lewandowski pediu a palavra "pela ordem" – o que representa uma intervenção formalmente forçada no discurso de alguém - e não deixou barato. Chamou os fatos a si e considerou ultrapassado o triste episódio a partir da maciça adesão de todas as classes da magistratura – citou nominalmente as três entidades brasileiras, do Conselho Federal da OAB, do Ministério Público federal e de diversos MPs estaduais, além de acadêmicos, profissionais e dezenas de editoriais da imprensa que saíram em sua defesa.

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Celso Melo pediu a palavra e leu um discurso burocrático de apaziguamento e de história do Supremo, conclamando a harmonia e a não divisão.

Joaquim Barbosa retomou a palavra e insistiu no fato de que sua altercação foi em defesa de um processo judicial rápido.

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Por fim, Marco Aurélio pediu a palavra e leu artigo que mandou para a revista Época, em dezembro de 2012, sobre a independência dos juízes. O que parecia uma leitura monótona e burocrática, acabou sendo uma grande tapa de luva. Ou na sociedade ou no próprio Joaquim Barbosa. Disse um firme Marco Aurélio que censurar o voto vencido – Lewandowski é voto vencido – considerando-o comprometido com uma facção político partidária é, no sentido inverso, permitir que o voto da maioria possa estar comprometido com a facção partidária antagônica, o que é, então, uma "hipocrisia", nas próprias palavras do ministro. A lógica de Marco Aurélio se viu indefensável no caso. No final de sua fala, virou-se fisicamente e festejou, olho no olho, com Lewandowski que estava ao seu lado, a legitimidade do voto vencido de Lewandowski.

Ato seguinte, JB puxou o microfone e se dirigiu ao ministro Toffoli com a pergunta escapista: "vamos trabalhar?" E iniciou os trabalhos.

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Para um entendedor mediano nada foi resolvido em termos de negociação direta. JB fez uma simples menção ao caso, mas tentou, desastrosamente, "justificar" sua atitude. Seria muito mais cortês e gentil se imbuído de personalidade grandiosa simplesmente reconhecesse o excesso na linguagem e pedisse desculpas. Ganharia mais "votos" populares. A soberba parece ter falado mais alto.

Será que o Supremo Tribunal Federal não está rachado, como não quer Celso Mello? Parece não haver dúvidas que novos estrilos virão. Nada foi verdadeiramente consertado. Mas a força de Ricardo Lewandowski, não há dúvida, saiu muito mais nítida. Não apenas por ter sido vítima. Mas por manter sua educação e compostura. Já JB talvez reflita algumas vezes antes de se enervar e ofender.

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