CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Brasil

Brasil deve propor cúpula sobre Amazônia em 2023 se Lula vencer, diz Amorim

"Se o presidente (Lula) me perguntasse uma proposta, eu diria: 'Se a gente puder, vamos fazer uma cúpula", disse o ex-chanceler Celso Amorim

Ex-ministro Celso Amorim (Foto: Brasil 247)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Reuters - Se eleito, Luiz Inácio Lula da Silva deve propor a realização de uma cúpula de nações da floresta amazônica no primeiro semestre de 2023, para a qual seriam convidados também países desenvolvidos interessados ​​em sua conservação, disse à Reuters Celso Amorim, o principal assessor de política externa do candidato petista.

A reunião, defende o ex-chanceler Amorim, daria um peso político inédito à Organização Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que existe desde 1978, e reúne Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além do Brasil.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"Se o presidente (Lula) me perguntasse uma proposta, eu diria: 'Se a gente puder, vamos fazer uma cúpula. E não vamos ficar limitados a eles (países do tratado). Vamos convidar como observadores ou associados os outros países da América do Sul, por exemplo, e alguns países desenvolvidos", disse Amorim.

A França, por causa da Guiana Francesa, seria um "convidado óbvio" para o fórum, acrescentou o diplomata brasileiro, que foi chanceler de Lula entre 2003 e 2010.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A formulação de Amorim é mais uma sinalização da campanha petista de que o reposicionamento global do Brasil na questão ambiental e da crise climática será uma prioridade da agenda externa em um eventual novo governo Lula, num contexto em que a o desmatamento na Amazônica está no maior nível em 15 anos.

Como a Reuters revelou em setembro, conselheiros de Lula articulam a criação de um grupo formado por Brasil, Indonésia e Congo --o BIC-- para atuar na próxima Conferência das Partes sobre o Clima (COP27), no Egito, em caso de eleição do petista, com o objetivo de pressionar os países ricos por financiamento para proteção das florestas e pela definição de detalhes sobre o mercado de carbono global.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Lula tem buscado reforçar suas credenciais verdes ante um histórico misto dos governos do PT na matéria. Houve queda no desmatamento da Amazônia nos primeiros anos com a então ministra Marina Silva, que voltou a apoiar Lula na campanha depois de anos de afastamento, mas a gestão petista também foi criticada por obras como a hidrelétrica de Belo Monte, que levou uma crise humanitária e ambiental para o coração da floresta.

VENEZUELA

Para o ex-chanceler Amorim, tanto fórum panamazônico como o BIC são exemplos de "integração de geometria variável" para lidar com a emergência climática que Lula, à diferença de Bolsonaro, terá "legitimidade" para propor.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Segundo o diplomata, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica deve ser "o trampolim" para tratar as questões da maior floresta tropical do mundo.

A iniciativa reforça o Pacto de Letícia, um compromisso firmado em 2019, na cidade de Letícia, na Colômbia, para intensificar as ações coordenadas na Amazônia. Sete dos oito países da OTCA assinaram o pacto, mas não a Venezuela, em meio à crise política e ao reconhecimento do líder oposicionista Juan Guaidó como autoridade venezuelana pelos países integrantes.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Amorim defendeu enfaticamente a participação venezuelana na OTCA revitalizada que ele está propondo. Atualmente, o país governado por Nicolás Maduro, um histórico aliado de líderes petistas, não tem relações formais com o Brasil, mas as reatou com a Colômbia após a eleição de Gustavo Petro, de esquerda.

Questionado sobre como um futuro governo Lula se posicionaria sobre as violações de direitos humanos e perseguição a adversários na Venezuela e Nicarágua, documentadas pela ONU, Amorim afirmou que será "construindo pontes e não destruindo possibilidade de diálogo".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"O que nós pudermos fazer a favor da democracia de maneira respeitosa, não intervencionista, não arrogante, nós faremos", disse o diplomata.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: 

 

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO