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Brasil

Brasil poderá ter eventos climáticos extremos até o final do ano

Especialistas preveem uma intensificação da seca na Amazônia, aumento das temperaturas no Centro-Oeste e Sudeste, e chuvas intensas no Sul

Calor extremo no Brasil (Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil)
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247 – Os cientistas alertam para um agravamento dos extremos climáticos no Brasil, à medida que o El Niño atinge o pico de sua atividade em dezembro. Especialistas preveem uma intensificação da seca na Amazônia, aumento das temperaturas no Centro-Oeste e Sudeste, e chuvas intensas no Sul. A situação no Nordeste é particularmente preocupante, com uma estiagem severa prevista para o início de 2024. O aviso foi emitido durante o evento "Crise Climática e Desastres como Consequência do El Niño 2023-2024", que reuniu renomados climatologistas na Academia Brasileira de Ciências (ABC) no Rio, segundo reportagem do Globo.

José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), destaca a periculosidade da situação, mencionando que a chuva esperada na Amazônia Central está chegando de forma insuficiente, prolongando e agravando a seca no Norte e indicando atrasos na chegada da chuva no Nordeste. Ele ressalta que os governos deveriam ter se preparado com antecedência, dado o alerta repetido nos últimos meses.

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O ano de 2023 pode ser marcado por extremos climáticos simultâneos no Brasil, incluindo ondas de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, seca no Norte e chuvas fortes no Sul. A Organização Mundial de Meteorologia (OMM) sugere que este pode ser o ano mais quente dos últimos 125 mil anos. Além disso, a influência do Atlântico Norte, permanecendo excepcionalmente quente durante o inverno do Hemisfério Norte, contribui para as condições climáticas adversas na Amazônia e no Nordeste, distorcendo ainda mais o cenário climático. Cientistas enfatizam que o Brasil enfrenta extremos fora do padrão para anos de El Niño, indicando que a antecipação desses eventos pode ser resultado da combinação do fenômeno com as mudanças climáticas.

A professora de oceanografia e clima da UFSC, Regina Rodrigues, destaca a intensidade do El Niño atual, apontando que o Pacífico tropical, berço do fenômeno, está 1,8 °C mais quente, colocando-o na categoria de intenso a muito intenso. Ela destaca que os impactos já são visíveis, com a seca na Amazônia começando no inverno e se agravando. Rodrigues alerta para a continuidade desse cenário, prevendo um impacto significativo no Nordeste no início de 2024, com falhas na estação chuvosa. O solo ressecado no Norte e no semiárido do Nordeste aumenta a gravidade da seca, evidenciada pelos níveis historicamente baixos dos rios, incluindo o Amazonas. O climatologista Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta o risco no Nordeste e insta a retomada de programas, como o de cisternas, para evitar graves problemas sociais. O aumento previsto de 300% na mortalidade de árvores na Amazônia, devido à combinação de seca e queimadas, ressalta a urgência de ações preventivas. Nobre destaca um estudo de 2021 que estima que, em 2023, as ondas de calor no Brasil já ultrapassaram as expectativas, somando oito eventos no ano.

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