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Brasil

'Eleição de 2022 é a batalha decisiva para o país', diz João Pedro Stédile

Dirigente do MST defendeu necessidade de transformar campanha em luta de classes e ressaltou necessidade de um governo de massas; veja vídeo na íntegra

João Pedro Stédile (Foto: Valter Campanato/ABr)
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Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS ENTREVISTAS desta segunda-feira (13/12), o jornalista Breno Altman entrevistou o economista e dirigente histórico do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) João Pedro Stédile sobre o presente e futuro do Brasil. 

Diante da inviabilização do impeachment de Jair Bolsonaro este ano, ele foi taxativo: “Sem dúvidas a batalha decisiva pelo país são as eleições, essa é a leitura coletiva. Em 2021, a luta era pelo Fora Bolsonaro, mas não tivemos a possibilidade de exercer nossa força política em sua totalidade por causa da pandemia e da crise. Agora o foco é no pleito do ano que vem”.

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Para ele, a esquerda sai com vantagem na corrida eleitoral pois está unida em torno de Lula, enquanto a burguesia está dividida entre Sérgio Moro, João Dória e outros nomes. Por isso, na visão dele, é possível e necessário transformar a campanha eleitoral em uma luta de classes. 

“Só assim a eleição de Lula será viável, precisamos nos organizar para que a campanha tenha um conteúdo de massas. Assim poderemos recuperar lutas históricas e vamos nos obrigar a ser mais criativos, porque acho que o que menos vai convencer as pessoas vai ser o discurso. Precisamos buscar formas de atingir os corações com arte e cultura”, discorreu o dirigente.

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Por causa disso, ele relacionou o cenário de 2022 com a campanha eleitoral de 1989, quando, também por ter se dado durante um período de crise, houve uma disputa maior, com a possibilidade de apresentar um programa alternativo. Como a situação atual é semelhante, Stédile defendeu a necessidade de um programa mais radical, não de propostas, mas de metodologia, discutido com as massas.

“Mas não se trata de um programa eleitoral. Precisamos de mais do que isso, precisamos de um programa de nação, discutido com o povo, que vá à raiz dos problemas, gerados pelo capitalismo, para propor transformações estruturais que efetivamente resolvam os problemas da população”, argumentou.

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Tal estratégia, segundo ele, não necessariamente inviabilizaria a formação de alianças, ou vice-versa, nem representaria uma contradição. Por outro lado, com um programa popular, não haveria a necessidade de formar chapas com a direita, na opinião do dirigente: “Eu não entendo da luta institucional, sei que precisamos derrotar o fascismo, mas o que vai dar aval ao governo de Lula vai ser a população, não as alianças. As mudanças são provocadas pela luta de massas, não são resultado de alianças”.

Lula 2022

Falando de forma mais concreta sobre a campanha de Lula, ele disse que o MST espera um projeto popular para o Brasil, que enfrente o capital financeiro e volte a investir na industrialização e desenvolvimento tecnológico do país a fim de combater a desigualdade. Este último é o ponto mais importante para Stédile.

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“Todos merecemos uma vida digna. Para tanto, precisamos garantir emprego, exigir investimento nas indústrias, repensar a função das cidades, discutir transporte público, apostar em investimento na educação e preservar a saúde potencializando o SUS. E não podemos nos esquecer da urgência da defesa da natureza”, enfatizou.

Na eventualidade de que Lula se eleja, ele contou que espera que o país avance em direção a uma reforma agrária, acabando com os agrotóxicos, para fortalecer a agricultura familiar.

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O dirigente também ressaltou a necessidade da convocação de um novo processo constituinte, “porque a nossa Constituição foi totalmente desfigurada”, mas reconheceu que seria preciso a participação das massas para poder ter a correlação de forças que um processo desses demanda.

“Nós temos que lutar por mudar a correlação de forças independentemente de uma Assembleia Constituinte, porque precisamos garantir governabilidade a Lula. Se conseguirmos eleger uma bancada grande de esquerda, melhor, mas, se não, vamos precisar do povo nas ruas, porque são as ruas que mudam o placar”, ponderou.

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Nesse sentido, Stédile disse que não é função do presidente mobilizar o povo, mas ele deve sim, ser um líder. Isto é, dar um horizonte para que a população queira se mobilizar: “É função dos movimentos sociais organizar as bases e nós vamos fazer isso, mas precisamos de um líder, se não ninguém vai nos seguir. Lula é o líder popular e essa tarefa é insubstitutível”.

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