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Brasil

Fraude na carteira de vacinação de Bolsonaro pode ser a ponta de ‘um novelo’, diz Wadih Damous

"Em investigações desse porte, você mira num alvo e acerta outros que não estavam previstos", disse o secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous

Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: Alan Santos/PR/Divulgação)
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Rede Brasil Atual - As investigações em torno do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, preso na semana passada pela Polícia Federal, apontam para desdobramentos imprevisíveis que comprometem cada vez mais o ex-presidente da República. A Polícia Federal (PF) quer saber o que pode estar por trás da grande quantidade de dinheiro em espécie na casa do militar. O tenente-coronel já é investigado por lavagem de dinheiro.

Na semana passada os agentes encontraram US$ 35 mil e R$ 16 mil na residência do braço direito de Bolsonaro, o que daria um total de cerca de R$ 190 mil. Ele foi preso na Operação Venire pela suspeita de fraudar cartões de vacinação, mas as investigações policiais parecem demonstrar que essa fraude – que já é gave em si mesma – é apenas a ponta de um iceberg.

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Ou um “novelo” que começa a ser desenrolado, na expressão usada pelo secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, em entrevista à TVT. Para ele, Mauro Cid é “muito mais do que ajudante de ordens, era o alterego” do ex-chefe de governo. Tanto que tinha senha de cartão e pagava contas pessoais do chefe e da esposa, Michelle. “A tese da defesa (de que Bolsonaro não nada a ver com as supostas condutas de Cid) terá que ser muito bem demonstrada”, diz Damous.

Além do dinheiro, a PF encontrou uma conta bancária em nome do ex-ajudante de ordens nos Estados Unidos. A PF irá apurar a origem do dinheiro e deve pedir a quebra de sigilo de Cid para ter acesso às movimentações dessa conta no exterior.

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Investigação

Damous classifica a situação de Cid como um “mosaico” que parece ser desvendado a partir da fraude da vacina. Por que, por exemplo, Bolsonaro decretou  100 anos de sigilo para o cartão de  vacinação? Para o secretário, é quando o decreto de 100 anos, inconstitucional, é revogado, que se descobre que a questão da carteira de vacinação pode ser a ponta de “um novelo”.

“Em investigações desse porte, você mira num alvo e acerta outros que não estavam previstos”, avalia Damous. Para ele, tudo o que vem sendo revelado pode mostrar os elos de um projeto de golpe de Estado. “Tenho impressão de que a investigação vai mostrar isso.”

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Na opinião de Damous, que é advogado, é preciso ter cuidado ante análises, considerando que, segundo a Constituição, qualquer cidadão deve ser considerado inocente até prova em contrário. “Mas os indícios contra Bolsonaro são de evidência solar”, diz.

A saída do ex-presidente do país às pressas em 30 de janeiro, antes da posse de Lula, parece estar vinculada à falsificação. A partir do momento em que deixa de ser presidente, Bolsonaro precisaria se garantir com um atestado de vacinação nos Estados Unidos.

A defesa e aliados do ex-presidente têm dito que, se ele não se vacinou e sempre disse isso, por que falsificaria um atestado? O que se busca provar é que possivelmente ele precisaria do atestado nos EUA. Então, “ele se beneficiou da falsificação do atestado lá, com o agravante de ter praticado crime (nos Estados Unidos) com um documento falsificado”.

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Questões sobre Mauro Cid

“Por que (o ajudante de ordens) faria isso sem ser comandado por Bolsonaro? Por que teria falsificado atestado de vacina do chefe e também da filha? O que justificaria isso?”, questiona Damous. Aqui se configuraria outro crime, o de corrupção de menor: “expor a filha de 12 anos (sob a tutela do Estatuto da Criança e do Adolescente) a ação fraudulenta”, explica o secretário. “É uma investigação de largo alcance.”

“Se se chegar no curso da investigação à apuração de que Bolsonaro estaria envolvido nessas tentativas, efetivadas, de falsificação, tenho impressão de que jamais terá acontecido um episódio na história do Brasil com esse cenário de organização e associação criminosa contando com a participação de um presidente da República.”

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