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Brasil

Lewandowski toma posse do Ministério da Justiça e promete "dedicação especial" à segurança pública

Ministro destacou a necessidade de "superar esse verdadeiro apartheid social" para alcançar a efetividade do combate à criminalidade e à violência

(Foto: Ricardo Stuckert)
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247 - O ministro Ricardo Lewandowski tomou posse nesta quinta-feira do Ministério da Justiça e Segurança Pública e prometeu uma "dedicação especial" a este segundo tema da pasta. "Daremos continuidade ao excelente trabalho executado pelo ministro Flávio Dino e seus sucessores. Mas é nossa obrigação, e o povo brasileiro assim espera, que o Ministério da Justiça dedique especial atenção à segurança pública, que ao lado da saúde é hoje uma das maiores preocupações da cidadania", afirmou.

O ministro citou a necessidade de superar o "apartheid social" no Brasil para alcançar a efetividade do combate ao crime. "E numa continuidade desse ciclo perverso, a criminalidade e a violência continuam se nutrindo da exclusão social, da miséria, do desemprego, da falta de saneamento, de saúde, de lazer, de habitação, que infelizmente ainda persistem no país. O combate à criminalidade e à violência, para ter êxito, precisa ir além de uma permanente e enérgica repressão policial, demandando a execução de políticas públicas que permitam superar esse verdadeiro apartheid social que continua segregando boa parte da população brasileira. Acontece, porém, que há ainda mais um agravante: nos dias que correm, a preservação da segurança pública cresceu muito em complexidade, que não apenas o Brasil, mas diversos países do mundo enfrentam agora um novo e terrível desafio, que é o da criminalidade organizada. A atuação das organizações criminosas, nas quais se incluem as milícias, subdivididas em múltiplas facções, ora aliadas ora rivais, antes restrita a áreas periféricas onde o Estado se mostrava ausente e aos ambientes prisionais, hoje se desenvolvem em toda parte, à luz do dia, com ousada desfaçatez, em golpes empresariais, dedicando-se ao controle do transporte público, da distribuição do gás de cozinha, das ligações clandestinas de internet a cabo, além da tradicional exploração da prostituição, dos jogos de azar, do tráfico de drogas e de armas. E já há notícias de que tal como ocorre em outras nações, o crime organizado começa a infiltrar-se em órgãos públicos, especialmente naqueles ligados à segurança. Isso lhes permite expandir sua atuação para territórios cada vez maiores, dificultando seu controle por parte das autoridades estatais".

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"Não há soluções fáceis para tais problemas. Não basta, como querem alguns, exacerbar as penas previstas na legislação criminal, que já se mostram bastante severas, ou promover o encarceramento em massa de delinquentes, mesmo aqueles de menor potencial ofensivo. Também não adianta dificultar a progressão do regime prisional dos detentos, do fechado para o semiaberto e depois para o aberto, que constitui um importante instrumento de ressocialização. Tais medidas, se levadas a efeito, só aumentariam a tensão nos estabelecimentos prisionais e ampliariam o número de recrutados para as organizações criminosas", acrescentou.

Lewandowski disse que seguirá investindo em inteligência. "Os caminhos já trilhados pelo meu antecessor revelam-se bastante promissores. Para enfrentar eficazmente o crime organizado que vem se ramificando por todo o país, é preciso aprofundar as alianças com estados e municípios, que constitucionalmente detêm a responsabilidade primária pela segurança pública nas respectivas jurisdições. É preciso superar a fragmentação federativa e estabelecer um esforço nacional conjunto para neutralizar as lideranças das organizações criminosas e confiscar seus ativos, porque elas não podem sobreviver sem recursos para custear seus soldados e suas operações. O Ministério da Justiça aprofundará o esforço de centralização de dados de inteligência coletados pela Polícia Federal, pela Polícia Rodoviária Federal, pelas Forças Armadas, pelas polícias Civil e Militar, pelas guardas municipais, pelos agentes penitenciários, pelo Ministério Público e outros órgãos que possam contribuir para a identificação dos líderes criminosos, rastreando e bloqueando transações financeiras ligadas às suas organizações. Para além de reunir informações, buscaremos integrar nesse esforço outras entidades que possam contribuir para a identificação de movimentações financeiras e patrimoniais que alimentam as estruturas criminosas, como a Receita, o Coaf, o CNJ, os tribunais de conta, os cartórios de imóveis, o Denatran e os Detran, além de entidades de sociedade civil com poder de autorregulação, como a Febraban. Buscaremos informações junto às pessoas físicas e jurídicas mencionadas no artigo 9º da lei de lavagem de dinheiro, especialmente as que atuem em setores ligados à área ambiental, ouro madeira e gado, com o objetivo de elaborar estratégias para identificação de infratores ligados ao crime organizado".

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