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Brasil

Líder indígena é baleado no Pará e filho denuncia atentado: "atiraram para matar"

Episódio envolvendo o cacique Tembé se soma a outros contra indígenas, quilombolas e ribeirinhos na região, disputada pela indústria de óleo de palma Brasil Biofuels

Cacique Lúcio Tembé (Foto: Reprodução)
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247 - O cacique Lúcio Tembé foi vítima de uma tentativa de homicídio na madrugada deste domingo (14) no nordeste do Pará. Segundo relatos, Lúcio tentava desatolar o próprio veículo em uma estrada que dá acesso ao território da aldeia Turé-Mariquita, no município de Tomé-Açu, quando foi atingido por disparos feitos por dois homens encapuzados em uma motocicleta. As informações são do Congresso em Fogo.

Ferido com tiro no rosto, ele foi levado às pressas para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), localizado em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. Não há informações ainda sobre o seu quadro de saúde. O indígena é líder da aldeia Turé-Mariquita e pai de Paratê Tembé, outra liderança da região que sofre ameaças de morte de setores ligados ao agronegócio.

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O episódio envolvendo o cacique Lúcio Tembé se soma a uma série de atentados sofridos por indígenas, quilombolas e ribeirinhos, na região, cercada pelo dendê e disputada pela indústria de óleo de palma Brasil Biofuels (BBF), no Vale do Acará.

“Eles atiraram no rosto do meu pai para matar. Não levaram nada. Foi um atentado”, disse Paratê ao Congresso em Foco. Segundo ele, Lúcio estava acompanhado de um sobrinho, que testemunhou a ação dos criminosos e socorreu o líder indígena.

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Os disparos foram efetuados por volta das 22h30 desse sábado (13). O sobrinho escondeu Lúcio em uma mata até as 23h30, quando apareceram as primeiras pessoas na estrada. De lá, o cacique foi levado até a delegacia de Tomé-Açu e, em seguida, a um hospital. Ele foi transferido para Belém em um avião municipal por volta das 8h deste domingo (14).

Paratê diz que, embora não tenha provas da origem do atentado, os moradores da região sofrem com ameaças constantes do agronegócio. 

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“Todos aqui sofremos ameaças de morte devido ao conflito agrário. Estamos todos com medo. Já houve várias tentativas frustradas de atentado que não se concretizaram por causa da nossa alta proteção. Mas não estamos seguros totalmente”, disse o indígena. “Vivemos uma tensão constante aqui”, acrescentou.

Segundo ele, representantes da comunidade pretendem se dirigir até a sede da Secretaria Estadual dos Povos Indígenas, em Belém, para reivindicar maior proteção. “A gente vem denunciando essas ameaças há tempos. Nada é feito por parte das autoridades. Ficamos refém dessa situação e tudo pode acontecer”, reclama.

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O advogado Jorde Tembé Araújo, que representa a família, prepara um pedido a ser apresentado ainda neste domingo (14) para que as investigações sobre o caso sejam federalizadas. Segundo ele, a Polícia Civil do Pará autuou o caso como uma tentativa de assalto. “Não levaram nada, está claro que foi um atentado. O cacique é uma das principais lideranças da região. Queremos que a Polícia Federal investigue”, afirmou o advogado ao Congresso em Foco.

OUTRO LADO

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Leia, abaixo, a nota da empresa BBF sobre o assunto:

Nota à imprensa

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O Grupo BBF (Brasil BioFuels) refuta qualquer ilação a respeito da sua ligação com o ataque ao cacique Lúcio Tembé e espera que as autoridades esclareçam o mais rapidamente possível os fatos. A companhia se solidariza com as vítimas e estima rápida recuperação da saúde do cacique.

A empresa esclarece que atua em 5 estados da região Norte e mantém diálogo contínuo com as comunidades indígenas e quilombolas que coabitam regiões onde desempenha suas atividades produtivas, prezando sempre pela boa convivência e respeito ao meio ambiente e às culturas.

O Grupo BBF trata seus casos exclusivamente dentro da esfera legal, refutando, desta forma, qualquer tipo de violência. A companhia reforça que no caso envolvendo o cacique Lúcio Tembé sequer houve qualquer fato ou evidência que conectem o envolvimento da empresa com o fato ocorrido. Por fim, a empresa repudia a forma leviana de alguns veículos em tentarem conectar seu nome e da antiga empresa Biopalma no caso.


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