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Brasil

Luis Felipe Miguel: Bolsonaro já está dando o novo golpe

"Quanto mais Bolsonaro insiste impunemente na sua preparação do golpe, maior a possibilidade de que se criem as condições para que ele tenha sucesso", escreve o professor de Ciência Política da UnB

Luis Felipe Miguel e Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação)
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Por Luis Felipe Miguel, em seu Facebook  

Bolsonaro vai dar um golpe?

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A questão precisa ser aprimorada, antes de que se possa tentar uma resposta.

"Um golpe" já ocorreu no Brasil. Ou melhor: vem ocorrendo.

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Ocorreu com o impeachment ilegal de Dilma Rousseff. Com o desmonte da Constituição promovido pelo governo Temer. Com o veto à candidatura de Lula em 2018. Com o incremento do autoritarismo pelo governo Bolsonaro.

A questão então seria: em meio a este "golpe permanente", por assim dizer, vivido pelo Brasil nos últimos anos, Bolsonaro quer dar um novo golpe que lhe permita permanecer na presidência?

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Mesmo colocada desta maneira, a questão merece reparos. Bolsonaro não quer dar um novo golpe. Bolsonaro já está dando o novo golpe.

Está tumultuando o processo eleitoral do próximo ano, colocando sob suspeita a contagem dos votos e mobilizando uma base - minoritária, mas muito agressiva - para contestar o resultado. Trabalha pela inviabilização seja da eleição, seja da posse do eleito.

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Vai dar certo? No momento, eu diria que não.

Os militares não têm uma liderança forte. Há setores que são sensíveis à desmoralização das forças armadas sob o governo Bolsonaro. E outros se sentem, no momento, traídos, vendo suas boquinhas sendo transferidas para o Centrão.

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Mas quanto mais Bolsonaro insiste impunemente na sua preparação do golpe, maior a possibilidade de que se criem as condições para que ele tenha sucesso.

É um recado permanente para as bases bolsonaristas, tanto civis quanto milicianas: podem avançar, está liberado.

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Não basta dar declarações, por mais "fortes" que elas pareçam à imprensa. É preciso interromper os esforços de Bolsonaro para subverter o processo eleitoral.

Mas o que seria possível fazer?

Seria possível exigir que Arthur Lira desse andamento aos pedidos de impeachment, tal como foi feito com a CPI da Covid no Senado.

Seria possível avançar rapidamente no processo de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão no TSE.

Seria possível determinar a imediata remoção do ministro da Defesa.

Seria possível suspender todas as contas de Bolsonaro e de seu círculo próximo nas mídias sociais.

Seria possível impor uma proibição de que o presidente se manifestasse em público sobre o processo eleitoral.

São todas medidas que contam com precedentes já estabelecidos. Teriam efeitos práticos, em particular o efeito de demonstrar que a reação ao jogo de Bolsonaro está pronta para ir além da condenação meramente verbal.

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