Lula rejeita qualquer 'direito' atrelado ao processo injusto
Enquanto a situação jurídica do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue incerta, seu advogado, Cristiano Zanin, conversou com a Sputnik Brasil sobre as perspectivas de libertação de Lula
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Sputnik - A defesa de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na última sexta-feira (18) que irá recorrer à Justiça para que o ex-presidente não seja obrigado a progredir para o regime semiaberto. O motivo é que Lula não reconhece a legitimidade da decisão que o condenou.
Em entrevista à Sputnik Brasil, o advogado criminalista do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin, afirmou que o presidente espera que o Supremo Tribunal Federal julgue o habeas corpus apresentado pela defesa questionando a suspeição do ex-juiz Sergio Moro e consequentemente toda a nulidade do processo.
De acordo com ele, um dos motivos fundamentais que justificam a suspeição do ex-juiz Sergio Moro é o fato de ter se tornado membro de um "governo eleito em razão de uma condenação imposta ao ex-presidente Lula e o impedimento para que o ex-presidente pudesse concorrer as eleições do ano passado".
"Posteriormente, já com o habeas corpus proposto perante a Suprema Corte, tivemos as revelações da chamada 'Vaza Jato', que são mensagens que reforçam aquela atuação que ao nosso ver é parcial e também alinhada com a própria acusação", destacou o advogado.
Cristiano Zanin reforçou que o ex-presidente tem o direito de se recusar a progredir para o regime semiaberto. "Ao nosso ver sim. É um direito do jurisdicionado ter a progressão e ele pode, enquanto direito, se recusar a exercê-lo", afirmou.
"Esse processo do ex-presidente Lula é um processo ilegítimo. É um processo que foi conduzido por um juíz parcial que foi marcado por graves violações das suas garantias fundamentais, então ele não deseja exercer nenhum direito atrelado a esse processo injusto. Diante desse cenário é que nós apresentamos na última semana uma manifestação pedindo que o pedido feito pela Lava Jato para a progressão de pena seja negado", disse Zanin.
De acordo com o advogado, "os procuradores da Lava Jato sequer poderiam ter feito aquele pedido", porque seria "incompatível com uma liminar exigente que havia sido deferida pelo Supremo Tribunal Federal".
Ao comentar a situação do ex-presidente Lula na prisão, Cristiano Zanin destacou que o presidente está "forte" e confiante que a situação seja revertida a seu favor.
"O presidente está forte, ele sabe do caráter injusto do seu processo, mantém por isso uma indignação permanente, mas ao mesmo tempo confia que essa situação seja revertida porque ele jamais praticou qualquer ato ilícito. Então esse é o norte que ele segue. E tem essa confiança de que possa haver essa reversão pela nossa Justiça", completou.
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