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Brasil

Marize Guarani: “essa é a maior ameaça aos indígenas desde a ditadura militar”

Presente no maior acampamento já organizado por indígenas em Brasília, Marize Guarani condenou a violência contra os povos originários promovida pelo governo Bolsonaro, que defende o marco temporal e a destruição das terras originárias e destacou que, enquanto a ameaça existir, a resistência só aumentará. Assista na TV 247

Marize Guarani (Foto: Divulgação | Gabriel Paiva)
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247 - A liderança indígena Marize Guarani, doutoranda em Educação na Universidade Federal Fluminense (UFF), condenou, em entrevista à TV 247, a investida do governo Bolsonaro contra os direitos dos povos indígenas. Mais de 6 mil indígenas ocupam a Praça dos Três Poderes, em Brasília, contra o marco temporal para a demarcação, que limita o acesso dos indígenas às suas terras originárias. 

O chefe de governo alertou que uma “reinterpretação” da medida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pode “causar sérios transtornos para o Brasil”. “Pode ter algo pior que inflação. Pode ter desabastecimento”, disse Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta semana.

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Para Marize Guarani, que também foi a Brasília para a maior mobilização já organizada pelos povos originários - mais de 6 mil indígenas de 176 etnias -, as declarações de Bolsonaro escondem o fato de que seu governo representa uma ameaça histórica aos indígenas. 

“Essa é a maior ameaça desde a ditadura militar. Desde então, não tivemos um ataque tão violento como o que esse governo vem tentando implementar. Na verdade, temos que lembrar que os povos indígenas estão resistindo há 521 anos. Tem só 521 anos, desde a invasão de Pindorama, que nós estamos resistindo. É claro que, na medida em que o capitalismo vai avançando e produzindo cada vez mais uma política de perda de direitos -- de economia nas mãos de poucos, levando à perda de direitos trabalhistas e de direitos humanos -- a reação vai se tornando maior”, disse.

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Ela defendeu uma postura desafiadora diante da ameaça existencial: “O resto da população tem que aprender com o povo indígena, porque ainda vemos muito dentro das cidades as pessoas com a cabeça de colonizado, que abaixa a cabeça e, por medo, não ergue a voz, não levanta a cabeça e não diz ‘não’. Temos como princípio a resistência em nome dos direitos ancestrais, que sempre tivemos. Ninguém vai sobreviver sem os territórios ancestrais. Se for preciso morrer, a gente morre defendendo esses territórios”.

“Essa violência e perda de direitos, que sabemos que se acontecer é assinar o extermínio de boa parte da população indígena, é claro que vamos nos organizar para estar aqui dizendo ‘não’”, completou.

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