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Brasil

'Não se pode ter qualquer ilusão com a burguesia brasileira', afirma Edmilson Costa

Secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB) defende unidade de ação contra Bolsonaro, mas propõe aliança de partidos de esquerda e movimentos sociais

Edmilson Costa (Foto: Reprodução)
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Opera Mundi - No programa 20 MINUTOS ENTREVISTAS desta segunda-feira (19/07), o jornalista Breno Altman conversou com o secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Edmilson Costa.

Ele avaliou as manifestações que vêm ocorrendo desde 29 de maio contra Jair Bolsonaro, dizendo que é importante que sejam cada vez maiores. Por isso, não vê problemas na participação da oposição de direita nos atos.

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“Quanto mais setores estiverem contra Bolsonaro, melhor. Precisamos de unidade de ação, mas cada um no seu quadrado, marchando por separado. Não podemos esquecer que as classes dominantes foram cúmplices do golpe [de 2016] que levou Bolsonaro ao poder”, ponderou.

Por isso, Costa chamou a atenção para a importância de organizar a população, envolver os movimentos sociais, ocupações e sindicatos na construção de programas e lutas no campo progressista, “para não se iludir com o inimigo, não se pode ter qualquer ilusão com a burguesia brasileira”.

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“Não podemos deixar dissolver as nossas pautas, não podemos fraquejar nessa direção, porque vimos o que aconteceu em 2013. O leme tem que continuar na mão dos partidos sociais e dos movimentos populares porque são os que têm interesse em derrubar Bolsonaro antes de 2022. A direita quer só desgastá-lo até encontrar uma terceira via para as eleições”, alertou.

Já existe uma nova jornada de protestos convocada, a qual será realizada no dia 24 de julho. O dirigente reconheceu a necessidade de seguir indo às ruas, mas defendeu a realização de uma greve geral “para dar o bote final nesse governo genocida que temos”.

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“Até agora tivemos um tipo de manifestação que é muito importante, que impactou a conjuntura nacional, mas ainda não chegamos no ponto de virada, que é a chegada do proletariado na luta. Precisamos que o proletariado entre em cena e isso se dará com a construção de uma greve geral. Precisamos parar a produção e a circulação para colocar na ordem do dia o poder popular e nos fortalecer contra o jogo das elites”, argumentou.

Pós-Bolsonaro

Pensando na saída de Bolsonaro, antes ou depois das eleições, Costa ressaltou a importância de avançar na construção social entre partidos políticos e movimentos sociais para poder realizar uma disputa não apenas institucional, “mas nas ruas, nas fábricas e locais de trabalho”.

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No entanto, idealmente, o secretário-geral do PCB disse lutar pela saída do presidente antes de 2022. Aliás, para ele, “discutir as eleições agora é se apressar, é tirar o foco da luta atual”.

“Ainda não discutimos o que fazer caso ele caia antes, a palavra de ordem é Fora Bolsonaro e Fora Mourão. Caindo um, tem que cair o outro e então veremos qual é o processo que deve seguir. Não sabemos se novas eleições, uma assembleia constituinte, mas se não tivermos força na base, a burguesia vai se apropriar desse processo, fazendo pacto com as elites”, reforçou.

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Para o caso de não conseguir derrubar Bolsonaro antes de 2022, Costa não quis declarar apoio a nenhum candidato, afirmando que o PCB teria de avaliar, primeiro, a possibilidade de lançar um candidato próprio.

Avaliação dos governos Lula e Dilma

Perguntado sobre a realização de uma frente eleitoral de esquerda que incluísse o Partido dos Trabalhadores, Costa disse que tudo dependeria das pautas que a legenda defendesse. Ele retomou suas críticas a Lula quando foi presidente. Em 2002, o PCB apoiou a candidatura do ex-presidente e participou de seu governo até 2004, quando passou à oposição.

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“Chegou um momento do governo Lula em que ele já não era mais um governo de disputa, era de conciliação de classe, não fez as reformas profundas necessárias. Mas não deixamos de apoiá-lo quando achávamos que acertava”, enfatizou.

Ele relembrou que o PCB foi contrário ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff, lamentando os erros que levaram a esse processo. “No seu segundo governo, Dilma deixou que a burguesia se fortalecesse. Os responsáveis pela vitória dela foram os setores mais combativos da esquerda, mas ela achou que se cedesse à burguesia, cessariam os ataques, e errou. Quanto mais você dá à burguesia, mais ela quer. Ela colocou o inimigo dentro de casa.”

Para ele, o golpe continua em curso com o governo Bolsonaro, resultado de “eleições fraudulentas” provocadas pela Operação Lava-Jato, “que não tinha como função combater a corrupção, tinha como objetivo derrubar Lula”.

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