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Relatórios apontam que militares comprados por garimpeiros faziam vista grossa em terra yanomami

Os garimpeiros tinham até parentes entre os militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva. Os relatórios são de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro

Militares e cratera em acampamento de garimpo na Terra Indígena Ianomami (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Divulgação)

247 - Relatórios preliminares de inteligência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) de 2019 -  início do governo Bolsonaro - revelam  ligação entre os militares e garimpeiros alvos de operações do órgão na Terra Indígina ianomâmi. Documentos aos quais a Folha de S. Paulo teve acesso mostram que os garimpeiros tinham até parentes entre os militares do Sétimo Batalhão de Infantaria da Selva, responsável pelas operações. 

De acordo com a reportagem, esse parentes infiltrados no Exército “vazavam informações sobre operações de combate à atividade ilegal e permitiam a circulação de ouro ou drogas mediante pagamento de propina”.

Os relatórios foram elaborados âmbito da 5ª fase da operação Ágata, "executada no segundo semestre daquele ano para a criação de uma barreira de controle no baixo rio Mucajaí (a oeste da capital Boa Vista)". Os documentos "trazem entrevistas com pessoas encontradas durante as ações, mas não chegam a aprofundar a apuração dos fatos narrados", destaca a reportagem. 

Questionados sobre as providências que foram tomadas diante das evidências dos relatórios, Funai e Ministério da Defesa não responderam. 

O Exército afirmou, por meio de sua assessoria, que tal demanda não lhe compete.

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