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Brasil

Sakamoto: Na Alemanha, pede-se redução de jornada. No Brasil, libertação de escravos

"O que choca é o abismo que separa ambos debates públicos. Do lado de lá, redução de jornada de 35 para 28 para metalúrgicos poderem cuidar de sua famílias. Do lado de cá, protestos para que o Estado não pare de libertar pessoas escravizadas. Particularmente, eu aceitaria feliz uma troca com eles nesse tema se o custo para tanto fosse levar um 7 a 1 no futebol todos os dias", diz o jornalista Leonardo Sakamoto

"O que choca é o abismo que separa ambos debates públicos. Do lado de lá, redução de jornada de 35 para 28 para metalúrgicos poderem cuidar de sua famílias. Do lado de cá, protestos para que o Estado não pare de libertar pessoas escravizadas. Particularmente, eu aceitaria feliz uma troca com eles nesse tema se o custo para tanto fosse levar um 7 a 1 no futebol todos os dias", diz o jornalista Leonardo Sakamoto (Foto: Leonardo Lucena)
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247 - "O sindicato alemão que representa os trabalhadores da indústria metalúrgica, entre outras categorias, está propondo a redução na jornada semanal de trabalho para 28 horas semanais, por quatro dias, sem redução salarial. Isso seria opcional e por um período de dois anos para que os trabalhadores pudessem se dedicar à vida pessoal", escreve o jornalista Leonardo Sakamoto.

"Atualmente a jornada dos filiados à IG Metall, um dos sindicatos mais importantes da Europa, é de 35 horas. Ele conta com mais de dois milhões de membros. Em consulta às suas bases em meio à discussão da negociação coletiva, a IG Metall concluiu que elas querem também algo mais intangível, mas não menos precioso do que apenas o aumento salarial: tempo. Tempo para cuidar da família e de si mesmos", afirma.

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"Qual a origem dessa reivindicação? A Alemanha não tem um exército de pessoas precarizadas para cuidar dos mais novos e dos mais velhos tão representativo quanto o do Brasil", acrescentou o jornalista, que lembrou o fato de que, "no dia 16 de outubro, o Ministério do Trabalho publicou uma portaria afirmando que, para efeitos de fiscalização, trabalho escravo depende de flagrante de cárcere privado".

"Ou seja, as condições de trabalho e de jornada, por piores que fossem, não seriam considerados para configurar esse crime. A reação da sociedade civil, da maioria da imprensa, de magistrados e procuradores, do Ministério Público Federal e do Ministério Público do Trabalho, das Nações Unidas e mesmo de grandes empresas nacionais e de investidores e compradores internacionais foi imensa", complementa Sakamoto. "O Supremo Tribunal Federal acabou por suspender a medida e o governo, no dia 29 de dezembro, publicou nova portaria, devolvendo os parâmetros de resgate de pessoas ao que era antes".

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De acordo com o jornalista, "o debate deve continuar, agora, no Congresso, onde ruralistas e representantes de grandes empresas de construção civil querem os critérios de sua portaria-amiga de volta". 

"Os dois países têm uma história diferente de lutas sociais. Mas o que choca é o abismo que separa ambos debates públicos. Do lado de lá, redução de jornada de 35 para 28 para metalúrgicos poderem cuidar de sua famílias. Do lado de cá, protestos para que o Estado não pare de libertar pessoas escravizadas. Particularmente, eu aceitaria feliz uma troca com eles nesse tema se o custo para tanto fosse levar um 7 a 1 no futebol todos os dias".

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Leia a íntegra no Blog do Sakamoto

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