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Brasil

Senado entra na semana de votação do rol da ANS com apoio de mais da metade dos parlamentares

Na prática, o projeto oferece a possibilidade de usuários de planos de saúde continuarem com procedimentos que poderiam ser excluídos da cobertura

(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Divulgação)
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247 - O Senado Federal deve apreciar e aprovar até quarta-feira (31) da próxima semana o Projeto de Lei 2033/22, que derruba o chamado caráter taxativo do rol de procedimentos médicos previstos em lista da Agência Nacional de Saúde (ANS), seguindo a postura dos deputados federais, que aprovaram a matéria na Câmara no dia 3 último. Na prática, o projeto oferece a possibilidade de usuários de planos de saúde continuarem com procedimentos que poderiam ser excluídos da cobertura, como tratamento adequado para crianças autistas e alguns tratamentos contra câncer, desde que cumpram um dos dois critérios trazidos pelo PL 2033/22, o que já se tem convencionado chamar de rol exemplificativo com critérios rígidos.

Confiando na manutenção da integridade do projeto aprovado pela Câmara por parte do relator na Casa, o senador Romário (PL-RJ), que é pai de uma menina que tem síndrome de down, 52 parlamentares já declaram voto favorável à aprovação da matéria no Senado. Para ser aprovado, o projeto precisa do ‘sim’ de pelo menos metade mais um dos senadores presentes à sessão de votação. Ou seja: 41 votos.

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Diferentemente da maioria, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), embora tenha se comprometido publicamente em pautar o PL para votação até o final deste mês, ainda não se posicionou a favor nem contra o fim do rol taxativo (pelo menos em público). “O tema é uma questão candente do debate público brasileiro. Opõe dois valores caros ao ordenamento jurídico. Em primeiro lugar, temos o direito à saúde, direito universal previsto no art. 196 da Constituição. Segundo, temos os inúmeros dispositivos que defendem a livre iniciativa e a regulação eficiente da atividade econômica do setor privado, que é o provedor dos serviços de saúde suplementar”, argumenta o presidente do Congresso.

Até agora, Carlos Portinho (PL-RJ) é o único senador a se manifestar contra, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que não ia se posicionar porque só poderia se comprometer alinhado com o governo. Já o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), embora tenha se manifestado favorável ao PL 2033/22, fez uma ponderação no sentido de que a matéria é complexa e de que se houver aumento em demasia os custos com planos de saúde subirão. Há ainda 24 senadores que ainda não se manifestaram sobre como votarão.

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Há boatos nos corredores do Congresso de que o senador Rodrigo Pacheco está sofrendo pressão para adiar a votação do PL 2033/22. 

"Risco de morte"

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A diretora do ativo ‘Mães de Movimento pelo Autismo’, Letícia Amaral, argumenta que o projeto assegura a incorporação de tratamentos e medicamentos comprovadamente eficazes. Segundo ela, o rol taxativo da Agência Nacional de Saúde (ANS) limita o acesso a medicamentos. Ela apela para que o Senado aprove o texto que saiu da Câmara sem alterações. 

“Não pode a norma ser tão detalhadamente específica, principalmente quando a lei é voltada para uma situação dinâmica. Estamos falando de saúde. A ciência da saúde se modifica em ritmo veloz, mas quem tem que dizer não será o legislador, mas a comunidade científica. O texto não abre brecha para charlatanismo. Dá apenas aos pacientes o direito de lutarem por suas vidas. O PL não é uma carta branca para qualquer medicamento. O rol taxativo mata”, se Letícia Amaral em publicação na Agência Senado. 

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Especialista contesta posição da ANS

Ao contrário do que diz a ANS – que os planos de saúde vão ‘falir’ ou ficarão ‘impagáveis' de tão caros, o que, segundo a entidade, castigará o SUS –, o advogado Franklin Façanha, especialista em direito do consumidor e pai do pequeno Benjamin, menino autista de 7 anos, afirma que as empresas do setor não terão esse prejuízo com o retorno do rol exemplificativo. Ele argumenta em publicação da Agência Senado que por mais de 20 anos as operadoras de plano de saúde lucraram mesmo sendo obrigadas judicialmente a atender determinados tratamentos. 

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Entenda o caso

A discussão sobre a limitação dos tratamentos pelo rol taxativo começou quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) alterou, em 8 de junho último, o entendimento sobre o rol de procedimentos listados pela ANS para a cobertura dos planos de saúde.

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O STJ entendeu que o rol que define o que deve ser coberto pelos planos de saúde é taxativo, ou seja, o que não está nesta lista preliminar da ANS não precisa ter cobertura das operadoras.

Antes da decisão, a lista da ANS era considerada exemplificativa pelo Judiciário brasileiro. Neste sentido, pacientes que tivessem negados procedimentos, exames, cirurgias e medicamentos que não constassem na lista poderiam recorrer à Justiça e conseguir essa cobertura.

Isso porque o rol era considerado o mínimo que o plano deveria oferecer. A partir desse entendimento, os planos deveriam cobrir outros tratamentos que não estão no rol, mas que tenham sido prescritos pelo médico, tenham justificativa e não sejam experimentais.

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