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Brasil

Tom de vingança do TRF-4 surpreende POA

Porto Alegre, a "Capital da Democracia" despertou na manhã desta quinta-feira (25) com um gosto amargo na garganta; que a condenação do presidente Lula seria confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) era uma possibilidade admitida por muitos; o que não esperavam era o tom de vingança com que os três desembargadores condenaram o ex-presidente, aumentando inclusive a pena para 12 anos e um mês

Porto Alegre, a "Capital da Democracia" despertou na manhã desta quinta-feira (25) com um gosto amargo na garganta; que a condenação do presidente Lula seria confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) era uma possibilidade admitida por muitos; o que não esperavam era o tom de vingança com que os três desembargadores condenaram o ex-presidente, aumentando inclusive a pena para 12 anos e um mês (Foto: Romulo Faro)
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Por Marcelo Auler, em seu blog

Porto Alegre, a "Capital da Democracia" despertou na manhã desta quinta-feira (25/1) com um gosto amargo na garganta. Que a condenação do presidente Lula seria confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) era uma possibilidade admitida por muitos.

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O que não esperavam era o tom de vingança com que os três desembargadores condenaram o ex-presidente, aumentando inclusive a pena para 12 anos e um mês. Exceção fica por conta daqueles que torcem pela prisão do ex-presidente e que chegaram a comemorar em ruas da cidade. Não foi nenhuma manifestação expressiva.

A capital do Rio Grande do Sul experimentou, nos últimos cinco dias, um clima de guerra tamanho o aparato policial que tomou conta da cidade. Na Praia das Belas, onde fica o Tribunal, foi feito um cerco de mais de 3 quilômetros. Por lá transitaram, nestes dias, polícias da Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Judiciária, Cavalaria de Brigadianos, Força Nacional, Polícia Federal, Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Federal. Sem contar que as guarnições das Forças Armadas na região ficaram de prontidão.

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Situação previsível, desde que o prefeito tucano Nelson Marchezan Júnior, de forma espalhafatosa, quis convocar tropas federais para a cidade. A realidade mostrou, mais uma vez, que foi mero factóide.

Isso não chegou a incomodar a cidade que seguiu com a sua rotina normalmente. O que destoava era um número maior de pessoas circulando pelas ruas do Centro, trajando camisas vermelhas ou carregando nas costas a bandeira de partidos de esquerda.

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Tamanho aparato militar, contudo, serviu apenas para prenderem, na noite de quarta-feira (dia 24/01), um grupo de 13 mulheres e três homens, do movimento Levante Popular da Juventude que ousaram protestar contra a decisão dos desembargadores do TRF-4. Não faziam nada de mais do que cantar pelas ruas versos de protesto.

Altamente politizada, Porto Alegre, como bem diz o seu nome, recebeu 70 mil manifestantes, na "Esquina Democrática", no Centro Histórico, com muita alegria. Nenhum incidente que pudesse tirar o sono da multidão de 3 mil homens armados que tomaram conta da cidade nestes dias. Todos, diga-se de passagem, fortemente armados e com as cabeças cobertas por tocas ninjas.

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A síntese do sentimento pós-julgamento, talvez, tenha sido feita pelo ex-governador Olívio Dutra, um dos mais queridos líderes das esquerdas gaúchas e até do chamado povão sem maior engajamento político:

"Não estamos tristes. Estamos envergonhados com tanta parcialidade vinda dos tribunais".

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A direita gaúcha também teve oportunidade de se manifestar. Comandada pelo MBL seus militantes navegaram pelo rio Guaíba, na terça-feira (22/01), com um boneco inflável do pichuleco (Lula vestido de presidiário) amarrado em uma enorme barcaça. Antes de atracarem, nas margens próximas ao comício, os manifestantes foram detidos. Evitou-se um confronto.

Ao contrário dos garotos do Levante Popular, porém, ninguém do MBL foi parar na delegacia de polícia. Como a documentação da embarcação estava em ordem, apenas pediram para que se retirassem do local.

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Militantes do MST, da CUT e de movimentos sociais, que acamparam em torno do Anfiteatro Por do Sol (no Parque Harmonia, na orla do Guaíba), proximidades do TRF-4, também deram demonstração de maturidade. O tempo todo mantiveram suas caravanas de várias partes do País entretidas com palestras, shows e comícios. Em nenhum momento aceitaram provocações. Nem mesmo quando 400 cavalariços da Brigada Militar rondaram o acampamento, no dia do julgamento.

Passado, este momento, vida que segue, como preconiza Ricardo Kotscho que na sua coluna de hoje constata: Na Justiça da Lava Jato não há surpresas: tudo preparado para condenar Lula.

Ou como apregoou a presidente do PT, Gleise Hoffmann, nos vários eventos em que compareceu em Porto Alegre, nos últimos três dias, "independente do resultado deste julgamento, resta-nos lutar. Temos muitas lutas pela frente".

Ou ainda, como improvisaram a garotada da Mídia Ninja e do Levante Popular:

"É, se aqui estamos cantando esta canção,
É porque viemos defender a nossa tradição,
E, dizer bem alto que a injustiça dói,
Nós somos madeira de lei que cupim não corrói."

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