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Coronavirus

Infectologista diz que ainda não é possível estabelecer datas para vacinação no Brasil

Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, ressaltou também a importância de hierarquias de prioridade no processo de imunização da população

(Foto: REUTERS/Kim Hong-Ji)
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Sputnik Brasil - Vence nesta terça-feira (15) o prazo dado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ao Ministério da Saúde para informar as datas de início e fim do programa de vacinação contra a COVID-19. Pelo plano divulgado pelo órgão no sábado (12), 51 milhões de brasileiros devem ser vacinados no primeiro semestre. Mas nenhum prazo foi dado pelo Ministério.

O problema, segundo um dos mais renomados infectologistas brasileiros, é exatamente definir prazos sem informações básicas. 

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"Não é possível falar em datas porque ainda não há produto que foi submetido ao processo de registro. Acho no mínimo temerário definir ou estimar o começo da campanha sem saber qual o produto e em qual a quantidade. Temos que aguardar um pouco mais", explicou à Sputnik Brasil o pediatra e infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações.

A resposta coube a Lewandowski porque ele é o relator de ações em que partidos políticos pedem que o Supremo obrigue o governo federal a elaborar e divulgar um plano de vacinação. Após receber a resposta, o STF retirou da pauta o julgamento das ações, que deveria ocorrer na quinta-feira (17). A retirada foi feita a pedido de Lewandowski, mas o ministro indica, com a intimação feita neste domingo (13), que pode rever sua posição, a depender da resposta da Saúde. O texto do ministro foi sucinto.

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"Intime-se o Senhor ministro de Estado da Saúde para que esclareça, em 48 (quarenta e oito) horas, qual a previsão de início e término do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19, inclusive de suas distintas fases", escreveu o ministro em seu despacho, endereçado também à Advocacia-Geral da União.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que isso só será possível após aprovação de alguma vacina pela ​Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

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O plano do governo

O plano apresentado pelo governo ao STF ocorreu após forte pressão política e de setores da sociedade. E só deve ser anunciado à população na quarta-feira (16), de acordo com a assessoria do Ministério da Saúde.

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O texto não traz data de início nem cronograma para operacionalizar a vacinação da população como um todo. Ele lista 13 vacinas candidatas, entre elas a CoronaVac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com a fabricante chinesa Sinovac.

O documento estima em cerca de 108 milhões as doses necessárias para a vacinação prioritária de trabalhadores da saúde e idosos, entre outros, com cálculo de cerca de cinco meses para imunizar essa faixa da população.

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Essa é, segundo Kfouri, outra questão central.

"Não teremos vacinas para todos ao mesmo tempo, essas entregas serão escalonadas, então é fundamental ter hierarquias definidas dentro do cronograma em função das entregas que receberemos", disse o médico.

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As 108 milhões de vacinas cobrem 51 milhões de brasileiros, menos de um quarto da população, hoje em 212 milhões de habitantes. O plano do governo reconhece a necessidade de que ao menos 70% da população se imunize para barrar o vírus, ou seja, mais de 148 milhões de pessoas.

Em anúncios anteriores, o governo havia falado de vacinação de março a junho. No documento divulgado neste sábado (12), não havia menção a uma data específica. Segundo o Ministério, a data depende do registro de uma vacina na Anvisa e de sua liberação, sendo que a expectativa é iniciar a vacinação de grupos prioritários até fevereiro.

Politização

As idas e vindas de datas e também de prazos anunciados - como o do governo paulista sobre o início da imunização no estado em 25 de janeiro com a CoronaVac, de fabricação chinesa em parceria com o Instituto Butantan - reforça um aspecto do processo da pandemia da COVID-19: a politização do tema, algo que é duramente criticado por Renato Kfouri.

"Tivemos politização de distanciamento, isolamento horizontal contra vertical, toma-se cloroquina ou não, o uso ou não de máscaras, uma doença séria ou uma 'gripezinha', e agora a questão das vacinas. Isso não contribui em nada. O pilar das coberturas de vacinação é a confiança e essa politização não contribui, isso abala a confiança na vacinação. É uma politização que coloca esquerda contra direita, como se fosse um jogo de futebol. Espero que as arestas sejam aparadas para programa de vacinação ter sucesso", concluiu o médico.

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