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Economia

Na pandemia, enquanto 99% perderam renda, surgiram 573 novos bilionários

Nos últimos dois anos, renda dos bilionários cresceu 42%, enquanto os 40% mais pobres perderam 6,7% dos ganhos

(Foto: Oswaldo Forte/Agência Belém)
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Rede Brasil Atual - De acordo com a Oxfam, os bilionários do mundo todo que estão reunidos em Davos, na Suíça, “têm muito o que comemorar”. Isso porque a “riqueza bilionária” e os “lucros corporativos” cresceram vertiginosamente, atingindo níveis recordes durante a pandemia da covid-19. Nesse período, surgiu um novo bilionário a cada 30 horas, em média. Atualmente, existem 573 bilionários a mais do que em 2020, quando a pandemia começou. Em 24 meses, esse grupo viu suas fortunas atingirem US$ 12,7 trilhões, crescimento de 42%.

Por outro lado, a combinação entre a crise da covid-19, o crescimento da desigualdade e o aumento dos preços dos alimentos pode fazer com que até 263 milhões de pessoas estejam na extrema pobreza em 2022, revertendo décadas de progresso.

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Os números são do relatório Lucrando com a Dor que a Oxfam publicou nesta segunda-feira (23). Com dados da revista Forbes e do Banco Mundial, a ONG mediu o avanço da “pandemia de desigualdade” durante o auge da emergência em saúde, que já matou mais de 6,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

O estudo indica que, atualmente, a riqueza total dos bilionários equivalente a 13,9% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Trata-se de um aumento de 4,4% em relação a 2000. O resultado é que os 10 homens mais ricos do mundo têm mais riqueza do que os 40% mais pobres juntos. Somente os 20 bilionários mais ricos possuem mais do que todo o PIB da África Subsaariana.

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Como exemplo, a Oxfam afirma que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, poderia perder 99% de sua fortuna e, ainda assim, estaria entre os 0,0001% dos mais ricos. Desde 2019, o seu patrimônio aumentou 699%, de acordo com o relatório.

Outro lado

A ONG destaca que a covid-19 impulsionou o “maior aumento sistêmico” da desigualdade já visto. Nesse sentido, a explosão nos preços dos alimentos e da energia, que afetam mais fortemente a renda dos mais pobres, deve aumentar ainda mais a desigualdade global.

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O estudo indica que a renda de 99% da população mundial caiu durante a pandemia, enquanto os bilionários já se recuperaram, ampliando renda e patrimônio. Somente no ano passado, a renda dos 40% mais pobres registrou queda de 6,7%. Em 2021, um total de 125 milhões de empregos em tempo integral foram perdidos.

O relatório também indica que os governos não conseguiram impedir que a pandemia aprofundasse as desigualdades de gênero. Nesse período, as mulheres foram afastadas do trabalho “de maneira desproporcional”. Isso porque os setores de serviços, como turismo, hospitalidade e assistência, os mais afetados pelos lockdowns e medidas restritivas, são os que contam com a maior presença feminina. Como resultado, aumentou de 100 para 136 anos a projeção para a eliminação da diferença salarial entre homens e mulheres.

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A pandemia também afetou mais fortemente grupos “racializados”, como indígenas e afrodescentendes no Brasil, do que a população branca. Além disso, os países mais pobres registraram um número quatro vezes
maior de mortes do que os ricos.

Quem mais lucrou com a dor

O relatório da Oxfam também aponta alguns dos “titãs” bilionários que mais lucraram com a dor durante a pandemia. Dentre eles, estão “dinastias” do setor alimentício, grandes petrolíferas, gigantes do setor farmacêutico e empresas do setor de tecnologia. A família Walton, por exemplo, dona da rede de norte-americana de supermercados Walmart, viu sua riqueza crescer US$ 8,8 bilhões durante a pandemia.

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Cinco das maiores empresas de petróleo (BP, Shell, TotalEnergies, Exxon e Chevron) obtiveram um lucro combinado de US$ 82 bilhões somente no ano passado. Em 2021, elas pagaram US$ 51 bilhões em dividendos nos Estados Unidos. Mas a maior parte dessa riqueza é apropriada por uma minoria, já que os 10% mais ricos dos norte-americanos possuem 89% das ações do país. A farmacêutica Pfizer, empresa que mais vendeu vacinas no mundo, pagou US$ 8,7 bilhões em dividendos aos seus acionistas.

Caminhos

Para conter a riqueza extrema, o relatório propõe um imposto pandêmico “urgente” sobre os lucros excessivos das maiores corporações do mundo. “A Oxfam insta por um imposto temporário de 90% sobre os lucros excedentes134, para capturar os lucros extraordinários das empresas em todos os setores”. Também defendem um “imposto de solidariedade pandêmico” de 99% sobre as novas riquezas dos bilionários.

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Além disso, organização também defende um “imposto patrimonial permanente” para os mais ricos. A Oxfam sugere um imposto patrimonial líquido de 2% sobre fortunas pessoais acima de US$ 5 milhões; 3% 3% para fortunas acima de US$ 50 milhões; e 5% para as acima de US$ 1 bilhão. No total, seriam arrecadados US$ 2,52 trilhões em todo o mundo. Assim, seria o suficiente para tirar 2,3 bilhões de pessoas da
pobreza, produzir vacinas contra a covid-19 para o mundo e oferecer saúde universal e proteção social para todos que vivem em países de baixa e média renda, que somam 3,6 bilhões de pessoas.

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