Nassif responsabiliza economistas liberais pela construção do subdesenvolvimento
"Em qualquer sociedade minimamente racional, há uma complementaridade entre Estado e setor privado, com o Estado servindo de alavancagem para os negócios privados", diz o jornalista Luis Nassif. "Aqui criou-se a teoria da geração espontânea e das falsas identidades"
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Por Luis Nassif, no GGN – Acho que foi Nelson Rodrigues quem definiu o subdesenvolvimento como um trabalho de gerações. A maneira como economistas, mercado, empresários do setor real da economia estão reagindo a esse desmonte do país (e da economia), é demonstração acabada do nível de desinformação a que chegou a sociedade brasileira.
Criou-se uma fábula ideológica, que não consta do manual de nenhuma economia desenvolvida. A de que o Estado tem que sair de TODAS as atividades, não apenas da produção, mas de suas próprias responsabilidade como Estado. E que bastaria o Estado sair para o setor privado ocupar o espaço e a banca ganhar e dividir com os empresários do setor real.
Em qualquer sociedade minimamente racional, há uma complementaridade entre Estado e setor privado, com o Estado servindo de alavancagem para os negócios privados, investindo em educação, inovação, financiamentos de longo prazo, gastos públicos. Principalmente em períodos de recessão, os gastos públicas têm papel essencial.
Despesa do Estado significa receita do setor privado.
Aqui criou-se a teoria da geração espontânea e das falsas identidades. Basta o Estado sair, que o setor privado ocupará o espaço. Assim, como se não houvesse nenhuma relação entre ambos. Tenho um produto 1, uma parte é do Estado, outra do setor privado. Se tiro o Estado, fica tudo para o setor privado. Aí descobrem – alvíssaras! – que o produto ficou bem menor que 1 e que o setor privado ficou menor do que no período em que havia mais Estado.
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