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Entrevistas

Renato Janine Ribeiro: não basta eleger Lula, é preciso apoiar o governo eleito

Próximo mandato terá que investir na conscientização política, e sociedade precisa se responsabilizar pelo próprio voto, afirma filósofo; veja vídeo na íntegra

Renato Janine Ribeiro (Foto: Paulo Pinto/Agencia PT)
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Por Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi - O cientista político e filósofo Renato Janine Ribeiro aponta como prioridades para a reconstrução do Brasil, num eventual novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o enfrentamento à onda de ódio que tomou o país, o combate à fome, a reforma tributária e a conscientização política da sociedade. Em entrevista ao jornalista Haroldo Ceravolo Sereza no programa 20 MINUTOS desta sexta-feira (29/09), ele reivindicou que a sociedade seja conscientizada a se responsabilizar mais pelo próprio voto e pelo apoio e sustentação ao presidente que eleger.

"Consciência política não é propaganda de esquerda. Se você elegeu Dilma Rousseff ou quem quer que fosse, mas não apoiou a manutenção de seu eleito, você não tem consciência política e democrática”, alerta o atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). 

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Para o cientista político, o voto não é uma brincadeira em que o eleitor "vota em qualquer um e diz que se não der certo depois a gente tira". "Isso não é verdade, tirar é muito difícil. É bom às vezes colherem o fruto do que semearam e se responsabilizarem pelo que fizeram", disse.

Ribeiro afirma que, do ponto de vista político, a tendência brasileira a depositar todas as esperanças e responsabilidades nas costas do candidato petista é um "dificultador" para o esforço de reconstruir o país: “estamos acreditando demais que Lula vai resolver tudo. Não dá para ele resolver sozinho, é preciso um apoio grande”. 

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Do ponto de vista humano, por outro lado, a principal tarefa é enfrentar e suspender o clima de ódio que tomou conta do Brasil e, segundo ele, o fundador do PT é uma das poucas pessoas a reunir as qualidades humanas necessárias para isso: “Lula é uma pessoa de grande escuta, de uma inteligência emocional surpreendente. Penso que ele tem condições de recompor, embora, ou talvez até por causa disso, ele mesmo tenha sido alvo de muito ódio, inclusive da armação que o grupo da Lava Jato fez com interesse próprio contra ele e o PT”.

Em termos práticos, o filósofo identifica como metas prioritárias o crescimento e a redistribuição do Produto Interno Bruto (PIB). Uma reforma tributária seria urgente para cumprir o segundo objetivo, inclusive como ferramenta auxiliar para o combate à fome de 33 milhões de cidadãos. 

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Autor do livro recém-lançado Maquiavel, a Democracia e o Brasil (ed. Estação Liberdade/Edições Sesc), Ribeiro classifica-se como otimista em relação ao futuro, apesar de tudo. Saúda, por exemplo, a guinada de 2019 para cá: “quando Lula restabeleceu seus direitos políticos, fez um discurso admirável e tirou a criançada do playground. Quem eram essas crianças? Luciano Huck, Eduardo Leite, João Doria. Olha o nível da discussão de dois anos atrás, olha como melhorou com a candidatura de Lula”.

Frente ampla

O cientista político comemora a atua frente ampla antibolsonarista e avalia as perspectivas golpistas de Bolsonaro caso perca a eleição: “ele foi muito longe nisso. Só reconhece se a eleição for limpa, e a eleição só é limpa se ele for eleito. Se seguir esse caminho, vai ser complicado". 

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A pouca consciência política dos brasileiros reflete-se, defende, na crença de que a imposição de limites ao golpismo de extrema direita aconteça mais a partir do exterior do que daqui: “É uma pena que a gente acabe acreditando mais em forças abstratas que no nosso próprio empenho. Na Argentina, toda vez que brincaram de volta à ditadura, o povo saiu às ruas. No Brasil, infelizmente, não conseguimos isso”. 

Ribeiro recomenda para o futuro próximo um investimento expressivo do governo federal nos alicerces da educação, atualmente mais a cargo dos governos municipais e estaduais: “é fundamental enfrentar o desafio da educação básica. O bom é que, mesmo quando PT e PSDB estavam se matando, esse era um ponto de convergência”.

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