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Convidado por Kassab, Cid volta a atacar Campos

Contrariado com a ideia do PSB de lançar candidatura própria para a presidência em 2014, governador do Ceará foi assediado pelo presidente nacional do PSD; irmão de Ciro Gomes reafirma lealdade à Dilma e diz que partido corre o risco de perder os seis governos estaduais que conquistou em 2010 

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247 – O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, aproveitou o momento de racha no PSB para convidar o governador do Ceará, Cid Gomes, a se filiar na legenda.

Cid se declarou novamente contra a possível candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) à presidência em 2014 e reafirmou apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Admitiu ainda a possibilidade de deixar o PSB caso o partido leve à ideia adiante.

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Kassab colocou o PSD "à disposição" de Cid há duas semanas, em um almoço em Fortaleza, na presença do presidente estadual do PSD Almircy Pinto, secretário-adjunto da chefia de gabinete do governador, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB), o vice-governador, Domingos Filho (PMDB), e outros aliados.

O partido de Kassab foi criado no Ceará com apoio do governador e também decidiu apoiar Dilma em 2014. "Se o governador entender que não tem como continuar no PSB, a lógica seria ele migrar para o PSD", disse Pinto.

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A relação entre Cid e Ciro com o Campos tem se tornado insustentável dentro do partido. O ex-deputado federal Sérgio Novaes, integrante da executiva nacional do PSB, defendeu a saída do grupo político dos irmãos Gomes: "Neste momento, eles prejudicam o partido, porque, no privado, articulam contra os interesses do PSB, inclusive com o PT", disse. "Eles são predadores. Um clã com origem no interior do Ceará, com práticas extremamente atrasadas, patrimonialistas, e capa de modernidade. Seria bom eles saírem do PSB."

Em entrevista ao Valor, Cid negou o clima de guerra e disse que está num momento voltado para a conciliação. Afirma que seu plano não é sair do partido e que insistirá na tese de que é necessário manter a aliança estratégica com o PT. Caso contrário, o risco em sua opinião é que o PSB possa perder os seis governos estaduais que conquistou em 2010. 

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Leia os principais trechos:

O prefeito de Duque de Caxias (RJ), terceira maior cidade governada pelo PSB no Sul/Sudeste, Alexandre Cardoso, está contrariado com a candidatura de Eduardo Campos à Presidência. O descontentamento no partido aumentou?

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Uma coisa é ser contra uma candidatura do partido ou mais especificamente do Eduardo, outra coisa é defender estrategicamente uma composição, apoiando a reeleição da Dilma para ampliar o nosso espaço. São posições diferentes. Não sou contra a candidatura do Eduardo, gosto dele, o admiro, tenho procurado manter com ele uma boa relação. Nestes últimos dois dias devo ter falado com ele umas três vezes.

A respeito de?

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Interesses comuns. Há toda uma pauta federativa que está em discussão no Senado, como a unificação da alíquota do ICMS, que está saindo um Frankenstein.

Mas o sr. o criticou recentemente, dizendo que ele teria "perdido a noção", ao defender o aumento dos juros, e que estaria encantado com a direita.

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Achei realmente um exagero. Porque isso atenta contra os princípios do partido. Mas estou muito mais na linha de conciliação do que reavivar divergências.

O sr. acha que esse discurso é uma estratégia, já que o PT é mais forte à esquerda do que o PSDB à direita; ou é uma tendência do próprio Eduardo Campos?

Não, a tradição e a história do Eduardo é de uma postura progressista. O PT veio muito para o centro. O Brasil não tinha partido de direita: o PT, o PSDB, o PCdoB, o PSB eram partidos de centro-esquerda. Quando o PSDB assumiu uma postura ultraconservadora, liberal, o PT se aproximou do PMDB, que é um partido de centro, e também tem se colocado como um partido de centro - embora o Lula e a Dilma sejam mais progressistas do que a prática do PT. Nosso papel, do PSB, é tensionar, no bom sentido, o governo, fazendo alianças com PDT, PCdoB, e algum outro partido mais à esquerda, para que atenue o movimento pendular do PMDB que leva o PT para o centro.

Mas o PSB tem feito alianças com o PSDB, em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Paraíba...

O PSDB vive um conflito interno que é meio sem condição de conciliação, a despeito de alguns esforços. A disputa interna - que não tem nada de ideológica, é por vaidade, entre o [ex-governador de São Paulo José] Serra e o [senador mineiro e presidenciável Aécio [Neves] - é meio kamikase. Aécio não teve grande interesse pela eleição do Serra, e o Serra, em sendo o Aécio candidato, não terá grande interesse. Isso enfraquece o PSDB. E boa parte do pensamento liberal do Brasil começou a se encantar com Eduardo. E penso que Eduardo não pode deixar se encantar com isso.

O que o sr. já falou para Eduardo Campos para demovê-lo?

Tive uma longa conversa com o Eduardo em que ele relatou uma conversa com a Dilma e disse que não tinha decisão de candidatura. Isso foi há 45 dias. Desde então, ele fez muitos movimentos, que a meu juízo...

Tornaram irreversível a candidatura.

Não digo isso. Estou sempre defendendo a unidade do PSB e que ela seja em torno do fortalecimento do partido, que, estrategicamente, neste momento, para 2014, aconselha a nos fortalecer. Temos candidatos a governador que vão disputar a reeleição: Renato Casagrande [no Espírito Santo], Camilo Capiberibe [no Amapá], Ricardo Coutinho [na Paraíba]. É fundamental que a gente pense em alianças no cenário nacional que possam ajudar a candidatura destes nossos quadros. Para mim, isso é a prioridade número um.

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