Delator: corrupção de políticos em SP começou com Maluf há quase 40 anos
Ex-presidente da Odebrecht, Pedro Novis afirmou que a corrupção de agentes públicos e políticos em São Paulo começou no governo Paulo Maluf (1979-1982), atual deputado federal pelo PP (foto) - na época ele era do Arena, partido de sustentação do regime militar; segundo Novis, no início dos anos 80, a empreiteira havia acabado de comprar a CBPO, construtora com forte atuação em São Paulo, quando descobriu “uma estrutura já montada na organização para atender as demandas de campanhas e das obras relativas à caixa 2”; delator afirmou que a construtora pagava propina, por exemplo, para o governo reajustar os preços dos contratos por causa da hiperinflação do período, que chegava a superar 80% ao mês
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SP 247 - Em delação premiada, o ex-presidente da Odebrecht Pedro Novis afirmou que a corrupção de agentes públicos e políticos em São Paulo começou no governo Paulo Maluf (1979-1982), atual deputado federal pelo PP. Segundo Novis, no início da década de 1980, a empreiteira havia acabado de comprar a CBPO, construtora com forte atuação em São Paulo, quando descobriu que “havia uma estrutura já montada na organização para atender as demandas de campanhas e das obras relativas à caixa 2”.
O executivo afirmou que Maluf, então governador pela Arena, partido de sustentação do regime militar, tinha “participação nos contratos” de obras públicas. “De 80 a 82, nós já encontramos uma relação do Paulo Maluf com a organização da CBPO. Ele já tinha participação nos contratos, um porcentual nos contratos”, acrescentou.
Aos procuradores, o Novis listou duas obras nas quais tinha conhecimento de pagamento de propina ao então governador pela CBPO: A duplicação da estrada de ferro Campinas-Santos, da Fepasa, e a construção civil da Hidrelétrica de Rosana, conhecida como Porto Primavera, que pertence a Cesp, estatal energética de São Paulo.
Segundo Novis, a construtora pagava propina, por exemplo, para o governo reajustar os preços dos contratos por causa da hiperinflação do período, que chegava a superar 80% ao mês. “Os recursos eram gerados a partir de subempreiteiras que superfaturavam ou partir da compra de terrenos superfaturados”, contou. Conforme relato do blog do Fausto Mecedo, a assessoria do deputado Paulo Maluf informou que ele não vai se manifestar a respeito.
Janot pede arquivamento
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhou o material com os relatos ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de arquivamento, pois, de acordo com Janot, o executivo não apresentou provas e que dificilmente seria possível obtê-las mais de 30 anos após a execução dos possíveis crimes.
O ministro Edison Fachin, relator da Lava Jato no STF, acolheu o pedido de arquivou a petição de Janot na semana passada.
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