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Geral

Medicina legal. Os vivos em primeiro lugar

Autópsias e o exame de cadáveres constituem apenas um aspecto do vasto campo de interesses da medicina legal. Ainda mais do que isso, ela é, na realidade, amplamente orientada para atender as vítimas da violência.

Medicina legal. Os vivos em primeiro lugar (Foto: LEVENT KONUK)
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Por Nathalie Szapiro-Manoukian – Le Figaro

 

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«Embora a violência seja a primeira das patologias sociais, muitas vítimas foram necessárias para que medidas à altura dos desafios fossem finalmente tomadas. Entre elas, na França, a criação das unidades medico-legais (UMJ) em 2011. Na Normandia, foi graças à vontade política local, à tenacidade de um procurador e aos médicos legistas que o Centro de Atendimento Especializado para as Agressões (Casa) abriu suas portas no Hospital Universitário de Rouen. O “Casa”, citado como exemplo pela Anistia Internacional (Amnesty International), é um caso especial: além do atendimento e da análise das vítimas de violência – como em qualquer UMJ - ele oferece para a vítima que deseja se queixar a oportunidade de obter imediatamente um certificado médico a pedido do procurador, sem que seja preciso ir antes à polícia ou à guarda civil. Trata-se da “autorequisição”, assinada diretamente pelo procurador, que impede que as vítimas tenham que enfrentar uma fila de obstáculos. Desde que trabalhamos desta maneira, passamos de mil exames anuais para mais de quatro mil e quinhentos, o que mostra a que ponto isso atende uma necessidade real. Finalmente, no Hospital Universitário de Rouen, dois leitos nos são permanentemente reservados na unidade de internação de curto prazo e utilizados em caso de ameaça iminente», salienta o Prof. Proust.

Economia de longo prazo

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Em toda a França, iniciativas são tomadas, sempre com o objetivo de ajudar ainda mais as cerca de 116 mil vítimas de violência que se apresentam anualmente: «Em grandes UMJ como a de Montpellier, o foco foi colocado sobre o recrutamento e o treinamento de enfermeiras de medicina legal: todas elas voluntárias, altamente motivadas, que desempenham um papel crucial. Na verdade, elas são as primeiras a ver as vítimas e a explicar o que vai acontecer, a realização dos exames, etc. Além disso, elas nos auxiliam nas coletas, na fotografia das lesões e, em seguida, desempenham um papel orientador para os psicólogos, os assistentes sociais e as associações especializadas. Se as vítimas têm medo de ir à polícia ou à guarda civil, as enfermeiras podem, com o acordo das vítimas, entrar elas mesmas em contato com um agente da polícia judiciária”, disse o Dr. Philippe Cathala (departamento de medicina legal, Hospital Universitário de Montpellier).

Finalmente, é apenas nas filmagens que os médicos legistas são vistos somente ao redor dos cadáveres. «Na vida real, as remoções de corpos - exames realizados diretamente no local pelo médico – assim como a realização de autópsias, a composição de relatórios e sua apresentação durante um julgamento, ocupam um lugar importante, mas minoritário na nossa agenda» insiste o Dr. Cathala.

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Outro equívoco contra o qual o Prof. Proust luta: o custo dos UMJ. «Eles representam uma despesa, tanto para o Ministério da Justiça quanto para o da Saúde, mas quando uma pessoa ou uma família sai de seu ambiente violento, as despesas da saúde e as licenças médicas decorrentes são evitadas, ou seja, no final, é uma economia de longo prazo e muito sofrimento psíquico evitado.» Finalmente, as estruturas de atendimento das vítimas também permitem recolher dados sobre novas formas de violência, tais como aquelas oriundas de mensagens SMS ou das redes sociais.

 

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