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O que Eduardo Campos pensa sobre o Brasil

Governador de Pernambuco e virtual candidato à Presidência da República pelo PSB em 2014, Eduardo Campos disse, em entrevista à revista Exame, o que espera para o futuro em relação a economia; fiel ao mote que tem adotado nos últimos meses, de que é possível fazer mais, Campos discorre sobre a política macroeconômica, concessões públicas, política industrial, o papel das agências reguladoras e do BNDES, além da necessidade de uma reforma tributária

O que Eduardo Campos pensa sobre o Brasil (Foto: Lucas Baptista/Futura Press/Folh)
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PE247 - O governador de Pernambuco e virtual candidato à Presidência da República pelo PSB em 2014, Eduardo Campos, disse, em entrevista à revista Exame, o que espera para o futuro em relação a economia. Fiel ao mote que tem adotado nos últimos meses, de que é possível fazer mais, Campos discorre sobre a política macroeconômica, concessões públicas, política industrial, o papel das agências reguladoras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a necessidade de uma reforma tributária. Como o socialista tem viajado constantemente pelo País para encontrar-se com empresários e acertar a formação de alianças para 2014, onde tem aproveitado para posicionar-se e criticar uma série de ações promovidas pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), a entrevista aponta para o que pode ser o escopo do plano de governo que está em gestação pelo PSB.

 Confira os principais pontos da entrevista:

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Conjuntura – “O Brasil fez movimentos táticos importantes no primeiro momento da crise (a atual crise econômica e financeira global) como intensificar o consumo das famílias e ampliar os investimentos públicos. Tanto é que chegamos a um crescimento de 7,5% em 2010. Dali em diante, vimos as consequências desse movimento na área fiscal e nas taxas de inflação. Então fizemos movimentos táticos sequenciados que passaram a impressão clara ao mercado e à sociedade que temos um conjunto de medidas e não uma estratégia para remeter o Brasil a outro patamar. Estamos tomando medidas que podem amenizar a crise no dia a dia e no curto prazo, mas que começam a gerar uma ansiedade a aonde pode nos levar no ponto de vista fiscal e de competitividade de nossas indústrias. Este é o debate que precisamos fazer com maior intensidade. O Brasil tem que voltar a crescer em outro patamar. Como fazer para ampliar o investimento?  O que nós queremos ser no futuro?  Qual é o papel de cada um? O primeiro passo é pactuar uma estratégia. É dizer: Estamos indo nesta direção. Se isto não é feito, quem quer ajudar não sabe como”

Crescimento – “O crescimento econômico é fundamental. Num país marcado pelas desigualdades e pela exclusão, não podemos  transformar a realidade sem crescimento. Mas que qualidade este crescimento deve ter?  Que compromisso  esse crescimento deve ter com a superação de desigualdades sociais e com os desníveis no desenvolvimento regional. Essa é uma preocupação clara que eu tenho. Temos o potencial de crescer acima de 4% sem gerar grandes distorções na economia. Para isso é preciso mostrar que existe uma estratégia de longo prazo. Mostrar que existem regras claras e seguras para os investidores, tanto daqui como de fora. Formar mecanismos de financiamento de longo prazo que não sejam só dependentes do governo e dos bancos governamentais”.

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Indústria – “Vamos ser competitivos em todas as áreas da indústria? Precisamos ser competitivos em áreas fundamentais. Se você tem 100 e divide entre 1000, não vai longe. É preciso fazer um esforço para dividir os 100 entre 50 e aumentar as chances de sucesso. Vamos abandonar completamente a possibilidade de nos posicionar no setor de fármacos, que vive a grande transformação dos remédios químicos para os biofármacos?  Vamos pensar a indústria do século 20 ou vamos ver o que fizeram os países que têm uma indústria forte e competitiva? Os países mais avançados têm uma indústria cada vez mais ligadas a áreas como a de tecnologia da informação, comunicação e inteligência embarcada. (... ) Essa são discussões relevantes: Como ampliar a inovação tecnológica? Como aumentar o valor agregado das exportações? Por outro lado não se trata de jogar um conjunto de setores ao mar. Para mim, o papel do governo é fomentar este debate”.

Inflação – “Nenhum brasileiro nos quatro quadrantes do País quer brincadeira com a alta dos preços. A inflação é um monstro que engoliu décadas e décadas da nossa prosperidade. (...) Portanto, a estabilidade é inegociável e precisamos ter isso muito claro. O Brasil ainda é um País desigual. Não podemos condenar os mais pobres. Não podemos desfazer todo esse esforço que fizemos para a estabilização da economia. Até porque sabemos que a memória inflacionária está viva. Ainda há mecanismos de indexação na economia brasileira. Sobre a questão da independência do Banco Central, antes falava-se da necessidade de uma lei. Não precisa ser sempre assim.  Basta o Governo compor uma diretoria do Banco Central e assumir o compromisso de que ele terá uma ação independente”.

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Concessões – “Em Pernambuco, temos feito concessões e parcerias público-privadas. Esse é o caminho para melhor a infraestrutura do Brasil. Elas têm que ser bem regulamentadas, com regras muito claras e objetivas. Na área de infraestrutura todos os setores podem ser entregues à iniciativa privada. Sobre a taxa de retorno, quem tem de definir é o mercado. Desde, claro, que haja competição. Não podemos deixar que uma concessão de 30 anos aconteça num ambiente sem disputa”.

BNDES – “O BNDES teve um papel muito importante nos últimos anos, sobretudo logo após a crise de 2008. Não vamos jogar pedra em quem alterou fortemente a situação para melhor. Mas o BNDEs não deve ser a única fontes de financiamento de longo prazo no Brasil. Há uma preocupação crescente com o financiamento estatal de um conjunto de empresas que poderiam fazer captação no mercado de capitais ou em bancos estrangeiros. Isso aumenta a insatisfação das empresas que estão no final da fila do BNDES”.

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Reforma tributária – “Precisamos de um sistema tributário que não onere a geração de trabalho e seja menos regressivo. As mudanças devem ter um logo prazo de implementação. Caso contrário, os atuais governadores e prefeitos vão se perguntar: “Como isso vai afetar o meu mandato? “. Se tivéssemos agido nos governos Fernando Henrique ou Lula, hoje estaríamos em outra situação”.

Agências reguladoras- “As agências  têm uma tarefa importante. São instituições muito frágeis do ponto de vista técnico, muito desaparelhadas. Elas não podem ser capturadas pelo fisiologismo, pelo toma lá dá cá da velha política, nem pelos interesses das empresas que elas vão regular. Isso é uma coisa que pouco se fala. Muitos diretores de agências terminam seus mandatos e vão trabalhar para aqueles que eles regulavam”.

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