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Geral

Reumatismo e gota. Doenças que ressurgem a todo vapor

Em todo o mundo se observa um forte incremento dos casos de reumatismo e gota, moléstias consideradas quase inteiramente sob controle. As dietas atuais e o prolongamento da vida explicam esse ressurgimento. 

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Por Sandrine Cabut – Le Figaro

 

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Trata-se de uma nova epidemia que afeta sobretudo os países industrializados e os que ostentam os melhores níveis de qualidade de vida. Ou, melhor dizendo, trata-se da reincidência de doença muito antiga que pensávamos extinta: a gota, sobretudo, mas também os reumatismos. Nos Estados Unidos, mais de oito milhões de adultos estariam afetados, quase duas vezes mais que há vinte anos, de acordo com um grande estudo que acaba de ser publicado na revista Arthritis and Rheumatism. E a frequência deste reumatismo inflamatório tem subido acentuadamente em muitos outros países. Trata-se, ao que tudo indica, de consequências da evolução das dietas alimentares e do estilo de vida, mas também do aumento da longevidade nas últimas décadas.

Conhecida há mais de 5 mil anos, a gota tem sido chamada de “doença dos ricos”, e também de “doença dos reis”, por causa de sua ocorrência nos bons vivants (boas vidas). Os soberanos Carlos V e Henrique VIII fazem parte das vítimas ilustres dessas crises, descrita como terrivelmente dolorosa. Pois bem: após quase ter sido quase esquecida no século 20,  a gota se tornou hoje o reumatismo inflamatório mais comum, dando um novo impulso à pesquisa fundamental e farmacêutica.

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Recente estudo chefiado pelo cientista Hyon Choi (Universidade de Boston) e seus colegas foi patrocinado pelos laboratórios Takeda, que distribuem um remédio contra a gota, o Febuxostat, no continente norte-americano. Este produto, que chegou na França através de outro laboratório é o primeiro medicamento comercializado  há mais de 40 anos nesta área.

 

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Os homens são mais atingidos 

Os autores do estudo estudaram a frequência da gota e da hiperuricemia (excesso de ácido úrico no sangue que predispõe a esta doença) em uma coorte de 5.707 norte-americanos adultos, formada em 2007-2008. Nesta amostra representativa, a frequência da gota aumentou para 3,9%, isto e, em relação à população americana, 8,3 milhões de indivíduos. E uma taxa excessiva de ácido úrico foi observada em um norte-americano em cada cinco.

Os homens são os principais envolvidos: relatos de sintomas de gota foram feitos por 5,9% dos interrogados. As mulheres foram  relativamente poupadas (2%). A idade é outro fator de risco importante: rara antes dos 30 anos, a doença é cada vez mais frequente na vida contemporânea,  com uma taxa recorde (12,6%) para além dos 80 anos. Na coorte anterior, abrangendo o período de 1988-1994, a frequência da gota foi apenas de 2,7%, uma taxa que já tinha dobrado desde os anos 1960, dizem os autores.

Inglaterra, China, África subsaariana… Todos os países que realizaram estudos epidemiológicos sobre o assunto, observam essa mesma tendência. O recorde mundial no assunto é a Nova-Zelândia: quase desconhecida no país há cinquenta anos, a gosta afeta agora 15% dos homens maoris. Nesta minoria étnica, o surto epidêmico seria o resultado de uma característica genética combinada com a ocidentalização da dieta. Esta última desempenha um papel central. Uma alimentação rica em carnes, frutos do mar, cervejas e outras bebidas alcoólicas, refrigerantes ricos em frutose, promove a elevação de ácido úrico no sangue. Em última análise, ela promove depósitos de cristais de urato de sódio nas articulações; quando eles se rompem e liberam seus cristais em uma cavidade articular é que surgem as crises dolorosas.

Em termos de anatomia, o recorde de ocorrências pertence à região do dedão do pé. Os surtos, costumam ocorrer subitamente e provocam dor brutal, porém geralmente regridem de forma espontânea em alguns dias. Mas é preciso cuidado: a gota não é uma doença benigna. Negligenciada, ela pode levar a sérias complicações articulares e renais. Ela possui também sérias e perigosas conexões com a obesidade e as doenças cardiovasculares. O objetivo do tratamento, com base em um regime alimentar e medicamentos, é reduzir a taxa de ácido úrico abaixo dos 60 mg/l,. No entanto, um paciente em cada dois interrompe seu tratamento em menos de um ano, e muitos voltam às práticas alimentares de outrora, provocando o surgimento reincidente da moléstia. 

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