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Trabalhadores de usina de deputado bloqueiam BR-101

Deputado federal do PSD de Alagoas, João Lyra, é considerado o parlamentar mais rico do Congresso Nacional, com um patrimônio declarado em R$ 240 milhões. No entanto, vem enfrentando o seu inferno astral com uma grave crise financeira em suas empresas. Nesta segunda-feira, trabalhadores de uma de suas cinco usinas bloquearam a BR-101, reivindicando salários atrasados. Na justiça estadual o parlamentar enfrenta pedido de falência dos seus negócios e na federal é denunciado por analogia ao trabalho escravo. Para completar, foi listado como o deputado que mais falta às sessões do Congresso

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Alagoas 247 - Trabalhadores da Usina Guaxuma bloquearam a BR-101 em Teotônio Vilela na manhã desta segunda-feira (1). Este é o terceiro bloqueio desde o início do ano para reivindicar salários atrasados.

 O deputado federal João Lyra, preside o PSD de Alagoas, é dono de três usinas no Estado e outras duas em Minas Gerais. As empresas do Grupo empresarial que ele preside enfrentam uma forte crise financeira, inclusive com pedido feito ao Poder Judiciário para decretação de falência.

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Os trabalhadores querem o pagamento de três meses de salários atrasados e metade do 13° salário ainda de 2012. A assessoria do Grupo João Lyra chegou a garantir o pagamento no segundo protesto feito pelos operários, no último dia 15, mas não cumpriram o acordo.

A situação financeira do grupo atingiu também a Usina Lajinha, em União dos Palmares. Os trabalhadores da própria empresa se filiaram a movimentos de sem–terra e ocuparam as fazendas da usina desde a última quinta-feira (28).

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A Polícia Rodoviária Federal ainda não conseguiu chegar ao local devido ao movimento nas estradas na volta do feriado.

CRISE E FALTAS

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Com patrimônio declarado de R$ 240 milhões, o deputado João Lyra (PSD-AL) começou a legislatura como o parlamentar mais rico do Congresso, segundo declaração apresentada à Justiça Eleitoral. Mas o usineiro alagoano terminou o seu segundo ano de mandato como um homem de negócios à beira da falência e o deputado mais ausente da Casa. João Lyra compareceu a apenas 29 (32%) das 91 sessões destinadas a votação em 2012. No Senado, ninguém faltou mais que Jader Barbalho (PMDB-PA).

Além das faltas, esses parlamentares têm, pelo menos, mais duas coisas em comum. Ambos justificaram a maioria de suas ausências e, por isso, evitaram cortes nos salários. Os dois têm um longo histórico de problemas com a Justiça que parece não ter fim.

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O deputado por Alagoas justificou todas as suas 62 faltas por motivos de saúde e obrigações partidárias. Segundo a assessoria de Lyra, um problema no ouvido o impediu várias vezes de voar para Brasília. Mas, de acordo com os registros da Câmara, ele faltou 36 vezes por questões de saúde e outras 26 para atender a compromissos políticos.

Falência e trabalho escravo

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Assim como Jader, o deputado mais ausente de 2012 também mistura a discrição no Congresso com as pendências na Justiça. João Lyra não apresentou nenhum projeto de lei nem discursou ano passado. Aos 81 anos, o parlamentar responde no Supremo pela acusação de trabalho escravo, crime cuja pena varia de dois a oito anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República acusa o parlamentar de ter submetido 53 trabalhadores a condições degradantes e jornada exaustiva em uma de suas usinas de cana-de-açúcar.

Mas os problemas dele não param por aí. Em setembro do ano passado, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas decretou a falência do Grupo João Lyra.

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As dívidas do grupo chegam a R$ 1,28 bilhão, segundo a Justiça. O deputado conseguiu uma liminar no tribunal suspendendo a falência até que o plenário da corte decida sobre o caso. Ele também enfrenta ofensiva dos funcionários do grupo, que lhe cobram salários e direitos trabalhistas.
Em 2006, João Lyra chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal como o mandante do assassinato de um fiscal que cobrava dívida de usineiros alagoanos.

Preso, o autor dos disparos disse ter recebido dinheiro do deputado para a execução e ainda o responsabilizou pela morte de um sargento da Polícia Militar no início da década de 1990. A denúncia contra João Lyra foi arquivada em 2008 porque prescreveu em função da idade do acusado.

Com informações do Congresso em Foco

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