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Tuberculose multirresistente. Uma viajante propaga o pânico

Com cerca de 500 mil casos detectados no mundo todo, a tuberculose multirresistente é atualmente uma das principais preocupações das autoridades da saúde pública.

Tuberculose multirresistente. Uma viajante propaga o pânico (Foto: Ng Han Guan)
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Por Cécile Thibert – Le Figaro

 

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Uma verdadeira caça ao homem ocorreu nos meses de maio e junho últimos nos Estados Unidos, após a descoberta de um caso de tuberculose ultra resistente em uma mulher que havia viajado bastante. Antes de ser tratada em um hospital do Illinois, a paciente voou da Índia para Chicago e em seguida, visitou seus parentes em três Estados norte americanos. Esta forma extremamente perigosa da doença resiste aos antibióticos comumemente utilizados.

A inalação de alguns germes de Mycobacterium tuberculosis é suficiente para desencadear uma infecção, as autoridades de saúde foram obrigadas a buscar centenas de pessoas que estiveram em contato com a viajante doente. O maior risco de desenvolver a doença diz respeito aos seus parentes e pessoas presentes no vôo. De acordo com o New York Times, boa parte dessas pessoas foram identificadas.

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Globalmente, já podíamos falar de epidemia, com 480 mil casos de tuberculose multirresistente já identificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2013, dos quais, 9% de pacientes afetados por sua forma agravada, a tuberculose ultrarresistente. Esta doença, resultado de tratamentos inadequados ou mal administrados e transmissíveis entre seres humanos, está em progressão na França e outros países da Europa. Embora pequena, a quantidade de pacientes aumentou quase 60% entre 2006 e 2012, passando de 48 para 76. Isto se explica pelo aumento da quantidade de pacientes vindos da Europa Oriental, uma das regiões mais afetadas do mundo, onde um paciente em cada dois tratado anteriormente para a tuberculose desenvolve uma tuberculose multirresistente.

Bedaquilina

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Felizmente, novas soluções emergem. No seu relatório de 2014 sobre a luta contra a tuberculose no mundo, a OMS observou que dez novos medicamentos contra a tuberculose estão atualmente nas últimas fases de seu desenvolvimento clínico. Dentre eles, a bedaquilina. Com um mecanismo de ação contra a tuberculose até então desconhecido, esta molécula é a primeira a ter sido aprovada para o tratamento da tuberculose depois de mais de 40 anos (em 2012 pela agência americana do medicamento e em 2014, pelo equivalente europeu).

Comercializada sob o nome de Sirturo pelo laboratório americano Janssen, a bedaquilina tem uma autorização temporária de uso (ATU) na França e já beneficiou mais de 120 pacientes desde 2011. No total, cerca de 500 pessoas se beneficiam atualmente de um acesso precoce ao tratamento no mundo (na Armênia, Áustria, Geórgia, Índia e  Bangladesh).

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Riscos e benefícios

Numa recente entrevista à imprensa, porta-vozes da Janssen explicaram os últimos resultados clínicos obtidos com a bedaquilina. Os efeitos da molécula em 160 indivíduos foram comparados com os de um tratamento fictício (um placebo): a bedaquilina ajudou a tratar mais pacientes (79% contra 58% para o placebo), e o tempo médio necessário para eliminar as bactérias das expectorações (escarros) era mais curto (83 dias contra 125 dias para o placebo).

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Embora os resultados iniciais sejam encorajadores, um estudo em mais de 600 pacientes está em curso, para confirmar a relação risco/benefício do medicamento. De fato, um relatório publicado em fevereiro pela empresa Janssen e pela Agência nacional de segurança do medicamento (ANSM), salienta que os riscos associados à ingestão deste antibiótico nas mulheres grávidas ou amamentando, nas crianças menores de 18 anos ou nas pessoas maiores de 65 anos ainda são desconhecidos.

Da mesma forma, não há nenhum dado sobre a segurança e a eficácia da bedaquilina, quando ela é coadministrada com antirretrovirais em pessoas soropositivas, ao passo que a tuberculose é uma das principais causas de morte em pessoas que vivem com o HIV. Os efeitos colaterais do medicamento, tais como dores de cabeça, náuseas e vômitos, dores nas articulações ou alterações do ritmo cardiáco foram claramente identificados. Jérôme Guillemont, um dos pesquisadores por trás de sua descoberta, relembra que o uso do medicamento deverá ser bem supervisionado para evitar que novas resistências se desenvolvam.

 

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