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Vídeo mostra presos algemados a janela, volante e camburões lotados no RS

Vídeo gravado na Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí, na Grande Porto Alegre, registra a rotina com a qual agentes de polícia lidam todos os dias por conta de prisões superlotadas; vídeo mostra cinco presos sentados em um camburão de uma caminhonete da Brigada Militar; outros três algemados em uma viatura ao lado: "Olha aí, o banho de sol direto da turma aí", diz uma pessoa não identificada; mais três detentos ficam em pé algemados às grades de uma janela e outra viatura da BM com dois algemados no volante; deputado Paulo Pimenta (PT-RS) bateu duro no governo José Ivo Sartori; "O retrato do caso. Representantes de Temer no RS destroem políticas públicas em todas as áreas"

Vídeo gravado na Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí, na Grande Porto Alegre, registra a rotina com a qual agentes de polícia lidam todos os dias por conta de prisões superlotadas; vídeo mostra cinco presos sentados em um camburão de uma caminhonete da Brigada Militar; outros três algemados em uma viatura ao lado: "Olha aí, o banho de sol direto da turma aí", diz uma pessoa não identificada; mais três detentos ficam em pé algemados às grades de uma janela e outra viatura da BM com dois algemados no volante; deputado Paulo Pimenta (PT-RS) bateu duro no governo José Ivo Sartori; "O retrato do caso. Representantes de Temer no RS destroem políticas públicas em todas as áreas" (Foto: Leonardo Lucena)
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Sul 21 - Um vídeo gravado na Delegacia de Pronto Atendimento de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, registra um minuto da rotina com a qual agentes da Polícia Civil e policiais militares têm de lidar todos os dias. A gravação começou a circular em redes sociais nesta quarta-feira (26), mas não revela quando teria sido feita. O autor também não se identificou.

Com um sistema penitenciário que há anos opera com superlotação, desde 2015, se tornou comum que delegacias de polícia no Rio Grande do Sul sejam obrigadas a manter em suas carceragens, sem estrutura ou recursos humanos, presos provisórios.

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O vídeo começa mostrando cinco presos sentados em um mesmo camburão de uma caminhonete da Brigada Militar, enquanto outros três estão algemados em uma viatura ao lado e diz: “Olha aí, o banho de sol direto da turma aí”. Em seguida, as imagens mostram três homens em pé, algemados às grades de uma janela e outra caminhonete da BM que, além de um camburão lotado, tem dois homens algemados junto ao volante.

Uma pessoa que não aparece no vídeo se dirige a quem filma e diz: “Vem mais lá, olha, delegado”. “Onde? Mais presos?”, pergunta quem faz a filmagem. Quando a resposta é afirmativa, ele comenta irônico: “Aí sim, né?”.

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A delegacia de Gravataí onde a filmagem foi realizada fica na região do Parque dos Anjos, uma zona central da cidade. “Está um cenário de guerra, tem preso para todo lado. Montaram um presídio de campanha na frente da delegacia de Polícia. As vítimas tem que passar por meio dos presos para fazer seus registros. Tem a Brigada Militar custodiando os presos na rua, enquanto a Polícia Civil faz custódia dentro da delegacia”, conta Isaac Ortiz, presidente da Ugeirm – Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores da Polícia Civil, que esteve no local nesta quarta.

Desde 2015, a situação das carceragens de delegacias de polícia superlotadas vem sendo denunciada pela Ugeirm pelo desvio de função de agentes e situação de risco a que expõe policiais, civis que frequentam os espaços em busca de serviços e os próprios presos. No último sábado (22), um policial civil foi ferido com um tiro na perna, durante a fuga de seis presos da carceragem lotada do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na zona leste de Porto Alegre.

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“É o caos e abandono total do Estado. A impressão que temos é de que vivemos num Estado sem governo, legalmente constituído”, diz Ortiz. Ele diz que a mesma situação tem se repetido em delegacias de São Leopoldo, Novo Hamburgo e Porto Alegre. A de Gravataí, onde o vídeo foi gravado, estava mantendo 40 presos até a noite desta quarta.

No ano passado, denúncias de presos sendo mantidos em viaturas e até mesmo nos porta-malas de carros, além da imagem de dois homens algemados à uma lixeira em frente ao Palácio da Polícia, obrigaram a Secretaria de Segurança Pública a dar uma resposta. O secretário Cezar Schirmer (PMDB) chegou a cogitar a possibilidade de adotar contêineres que funcionaram como celas para presos provisórios, mas acabou executando o projeto de um Centro de Triagem. O local porém, além de ter sido inaugurado sem ter todas as vagas disponíveis, foi insuficiente e registrou fuga de presos logo no início. A SSP ressuscitou ainda o ônibus Azul Trovão para funcionar como cela. Mas a ideia também não funcionou. Sem local para estacionar, o veículo o governo chegou a colocá-lo com presos dentro, nas ruínas do Estádio Olímpico.

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Em abril, durante uma audiência pública realizada pela Comissão Especial de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, a superintendente da Susepe (Superintendência dos Serviços Penitenciários ), Marli Anne Stock, disse ao público composto majoritariamente por policiais civis: “Hoje, não tenho o que dizer para o senhores. Estaria mentindo se dissesse que vamos esvaziar as delegacias. Não temos condições de colocar todos esses presos dentro do sistema. A solução são novos estabelecimentos e eles levam tempo. Parar de prender não dá, então a gente vai ter que ir se virando do jeito que dá”.

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