A intolerância à imprensa

Qual é a explicação para a atitude covarde de certas pessoas que, agarradas à barra-da-saia dos tribunais, reagem ao dever de um jornal informar seus leitores sobre a realidade dos fatos? Por que tentam dificultar o bom trabalho jornalístico a que se dedicam um editor e seus colaboradores? 

A resposta é evidente e sempre fica explícita após o resultado da contagem de votos nas urnas. No desespero que toma conta deles; alguns conhecidos personagens políticos, inconformados com a constatação de que estarão mais uma vez afastados de cargos públicos, para os quais sequer possuem condições constitucionais de poder concorrer; tentam impedir que sejam divulgadas as informações negativas e penalidades a que estão submetidos em diversos processos a que se sujeitaram, exatamente por não cumprir com os preceitos básicos da administração pública, o que torna-os inelegíveis perante a lei e políticos incompetentes perante os eleitores.

A liberdade de imprensa é uma liberdade civil essencial e é prevista como um direito fundamental da sociedade. É o direito consagrado de poder informar, de veicular as notícias relevantes e que possuam interesse público, sem que se descuide do compromisso primordial com a verdade dos fatos que são transmitidos à opinião pública. 

Os políticos são pessoas públicas e estão sujeitos à vontade social da fiscalização popular, que é de interesse coletivo. A imprensa é a tribuna onde o interesse coletivo se manifesta livremente.

Diante da necessidade do bom jornalismo, que é a de publicar o que alguns não querem que seja publicado, eles se insurgem contra a empresa jornalística que difamam e tentam tumultuar a rotina de quem trabalha para informar os seus leitores, agredindo os responsáveis pelas publicações. 

Como são pusilânimes, fogem de um enfrentamento leal e procuram criar todo tipo de anteparo jurídico possível, numa vã tentativa de evitar o escárnio e humilhação a que estão sujeitos ao sair de cena, sob os gritos do deboche e da execração pública.

A razão de ser da imprensa é oferecer espaço para o cultivo da diversidade de opiniões. Para sediar a saudável convivência das manifestações de pessoas de todas as etnias, credos, opiniões e ideologias. Ela é um espaço para o debate das ideias, que deve ser estimulado. A oposição, as divergências e as discordâncias, são encaradas como sinal de riqueza intelectual. 

As páginas publicadas dos noticiários, devem se constituir no registro histórico dos relevantes acontecimentos políticos, que permitem a construção soberana desde simples agrupamentos sociais até a consolidação de grandes nações.