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Financial Times condena nepotismo de Bolsonaro com filho embaixador

O jornal britânico condenou o nepotismo de Jair Bolsonaro, que escolheu seu filho de 35 anos como embaixador em Washington, causando perplexidade no Brasil e no mundo

(Foto: tweet financial times)
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247 – A decisão tomada por Jair Bolsonaro de escolher seu filho Eduardo como embaixador nos Estados Unidos foi condenada pelo jornal Financial Times, em razão do evidente nepotismo. Confira abaixo o tweet e também reportagem da Reuters:

BRASÍLIA (Reuters) - A praticamente definida indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington pegou de surpresa o Itamaraty, que esperava a indicação do embaixador Nestor Foster, promovido recentemente ao topo da carreira justamente para poder ocupar o cargo, disseram à Reuters fontes internas do órgão.

Foster, amigo pessoal do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi quem aproximou o chanceler do escritor Olavo de Carvalho, guru dos irmãos Bolsonaro, do próprio Araújo e, mesmo à distância, uma das maiores influências no governo.

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Apesar dos vários anos de carreira, Foster ainda não havia chegado ao cargo de ministro de primeira classe, necessário para ocupar o cargo de embaixador. Foi promovido no início deste ano para que pudesse ser indicado para o lugar do embaixador aposentado Sérgio Amaral, que ocupava a embaixada nos EUA até abril.

De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, Foster —e também o restante do Itamaraty, que dava sua nomeação como certa— estranhava a demora na sua indicação. O Brasil está há três meses sem embaixador em seu principal posto diplomático e, com a promoção do diplomata há quase dois meses, não haveria mais motivo para demora.

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Até porque as sabatinas dos indicados para chefes de missão diplomática na Comissão de Relações Exteriores do Senado, passo obrigatório para a nomeação, estão todas andando lentamente. Alguns embaixadores esperam há mais de três meses por suas sabatinas. A demora na indicação poderia levar o Brasil a ficar por meio ano sem o chefe da missão norte-americana.

Na quarta-feira, Eduardo Bolsonaro completou 35 anos, idade mínima para ser indicado embaixador. Em entrevista no início da noite desta quinta, o deputado afirmou que isso era apenas uma coincidência.

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Na agenda de Ernesto Araújo para essa sexta-feira, Eduardo é o primeiro nome, às 9h. No final da tarde, o chanceler recebe o senador Nelson Trad (PSD-MS), presidente da CRE no Senado.

No Itamaraty, diplomatas ouvidos pela Reuters se diziam perplexos e vários ainda questionavam se Bolsonaro levaria mesmo adiante a escolha do filho e se o caso não seria enquadrado como nepotismo, dentro da súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu a prática na administração pública.

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A indicação de pessoas de fora da carreira para ocupar embaixadas não é uma novidade. O ex-presidente Itamar Franco foi embaixador em Roma, Lisboa e na representação do Brasil na Organização dos Estados Americanos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. O ex-deputado Paes de Andrade também ocupou o cargo em Lisboa.

O último caso recente foi o do petista Tilden Santiago, nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva para Havana. Desde sua exoneração, no final de 2006, os embaixadores tem sido diplomatas de carreira —mesmo que aposentados, como o caso de Sérgio Amaral, em Washington.

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