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Cai a vantagem de Erdogan na apuração de votos na Turquia e aumenta chance de segundo turno

Com quase 80% dos votos apurados, atual presidente tem 50,7% dos votos válidos enquanto Kemal Kilicdaroglu soma 43,5%

Erdogan (Foto: REUTERS/Umit Bektas/File Photo)
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Com mais de quase 80% das urnas apuradas, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ainda lidera a apuração com uma vantagem expressiva sobre o principal líder da oposição, Kemal Kilicdaroglu. Mas a vantagem diminuiu e pode haver segundo turno.

Erdogan tem mais de 50,7% dos votos, enquanto o segundo colocado, Kemal Kilicdaroglu, soma 43,5%. 

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Mesmo assim, a vantagem expressiva na apuração surpreendeu analistas diante dos resultados apertados indicados por pesquisas de opinião publicados nos últimos dias, alguns deles com Erdogan em segundo lugar. 

Se nenhum candidato receber mais de 50% dos votos, o vencedor será determinado no segundo turno em 28 de maio.

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Os colégios eleitorais na Turquia fecharam neste domingo às 17h (horário local, 11h de Brasília), após nove horas de votação para eleger os 600 deputados do Parlamento e o novo presidente. O dia da eleição passou sem incidentes.

As eleições na Turquia não interessam apenas às 85 milhões de pessoas que há 20 anos são governadas por Recep Tayyip Erdogan. Os olhos dos vizinhos do Oriente Médio e da Europa, dos aliados da Otan e da Rússia de Vladimir Putin estarão voltados para o resultado do primeiro turno neste domingo.

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Internamente, estão em jogo os rumos de um governo que foi se tornando mais autocrático e autoritário. Fora das fronteiras, pesam a relação com o Ocidente e o protagonismo tanto regional quanto de mediação no contexto da Guerra da Ucrânia. Por tudo isso, o pleito é considerado um dos mais importantes do ano.

Na reta final, quando a campanha envolveu agressões –um ônibus da oposição foi apedrejado– e circulação de conteúdo mentiroso, com Kilicdaroglu acusando russos de estarem por trás de fake news conspiratórias, outro elemento pode interferir nas urnas. 

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Político mais influente no país desde que Mustafa Kemal Ataturk fundou a Turquia moderna há um século, Erdogan consolidou apoio popular com medidas voltadas para os mais pobres. O PIB per capita quase triplicou entre 2003 e 2013, quando começou a cair.

Erdogan segue a linha pró-islâmica do partido e, em 2013, derrubou o veto ao uso de véu no serviço público, possibilitando que mais mulheres religiosas pudessem trabalhar. O voto feminino é uma parcela considerável do eleitorado do atual presidente, mas há dúvidas de como o segmento vai se comportar diante da crise do custo de vida e de uma escalada ultraconservadora que inclui discursos acerca de uma visão tradicional de família, anti-LGBTQIA+ e, ainda, a saída da Turquia, há dois anos, da Convenção de Istambul, um tratado internacional contra a violência de gênero.

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Se Erdogan continuar no poder, deve ser mantida a linha de normalização das relações diplomáticas com Emirados Árabes Unidos, Israel e Arábia Saudita. Canais de diálogo foram reabertos também com Egito e até com Síria, onde por anos o presidente turco atuou para derrubar o ditador Bashar al-Assad.

Se a oposição sair vitoriosa nas urnas, além da continuidade desse processo de distensão regional e da retomada de uma diplomacia por canais tradicionais, menos personalista, é dada como certa uma tentativa de reaproximação com Estados Unidos e União Europeia, onde as negociações para a adesão ao bloco estão congeladas. Embora a entrada seja vista como impraticável no médio prazo, em um momento em que o centro das atenções é a Ucrânia, a reabertura do diálogo seria um sinal positivo.

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No contexto da Guerra da Ucrânia, surgem outros pontos de interrogação. De um lado, Kilicdaroglu já disse que aprovaria a entrada de novos membros na Otan, como a Suécia, vetada por Erdogan. Por outro, é considerado improvável que a Turquia, mesmo sob nova direção, alinhe-se ao Ocidente em relação às sanções impostas a Moscou depois da invasão.

"A Turquia não pode virar totalmente as costas para a Rússia, de quem tem certa dependência econômica. Na questão da guerra, penso que tentarão um jogo de equilíbrio, inclinando-se mais para a Europa", avalia Asli Aydintasbas, pesquisadora do Brookings Institution. Foi o que sinalizou, na sexta (12), o candidato opositor. "É muito importante para nós, e para o mundo inteiro, se conseguirmos chegar a um acordo de paz. Mas devemos deixar claro que não achamos certo nenhum país ocupar outro", disse Kilicdaroglu.

Com Erdogan como mediador, a Turquia ganhou prestígio internacional no ano passado ao garantir, com a ONU, um acordo que permitiu à Ucrânia exportar de forma segura seus grãos, evitando o agravamento de uma crise alimentar mundial. As negociações com Moscou para a safra deste ano estão em andamento. "Esse papel de mediação se deu por causa do bom relacionamento pessoal entre Erdogan e Putin", pondera Talbot. "Sem sua figura, sem esse elemento pessoal, o que poderia acontecer?"

 

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