Israel informa países árabes que pretende tomar território palestino

247 – Israel comunicou a vários estados árabes o desejo de estabelecer uma zona de segurança no lado palestino da fronteira de Gaza, segundo reportagem da Reuters. Essa medida faz parte de um plano mais amplo para a região após o término do conflito, segundo fontes egípcias e regionais. As informações foram transmitidas a Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos, que normalizaram relações com Israel em 2020. A Arábia Saudita, que não mantém laços diplomáticos com Israel e interrompeu um processo de normalização mediado pelos EUA após o início da guerra em Gaza em 7 de outubro, também foi informada. A forma como a informação chegou a Riad, que oficialmente não possui canais de comunicação diretos com Israel, não foi especificada pelas fontes. A Turquia, que não é um país árabe, também foi informada, segundo as mesmas fontes.

A iniciativa não indica um fim iminente da ofensiva israelense, que foi retomada após um cessar-fogo de sete dias, mas revela a busca de Israel por apoio além dos mediadores árabes estabelecidos, como Egito ou Catar, na formação de um futuro para Gaza. Nenhum estado árabe demonstrou disposição para policiar ou administrar Gaza no futuro, e a maioria condenou veementemente a ofensiva israelense, que resultou em mais de 15.000 mortes e destruiu grandes áreas urbanas de Gaza.

Ophir Falk, conselheiro de política externa do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, comentou com a Reuters que "o plano é mais detalhado do que apenas uma zona de segurança. Baseia-se em um processo de três etapas para o dia seguinte ao Hamas". Estas etapas incluem a destruição do Hamas, a desmilitarização de Gaza e a desradicalização do enclave. "Uma zona de segurança pode ser parte do processo de desmilitarização", disse ele, sem fornecer detalhes adicionais.

As fontes indicam que a proposta de Israel para uma zona de segurança dentro de Gaza agora está sendo apresentada aos estados árabes como parte de seus planos de segurança futuros para a região. A medida vem à tona em um momento em que os Estados Unidos se opõem a qualquer plano que reduza o território palestino, e países árabes como Jordânia e Egito expressam receios de que Israel queira expulsar os palestinos de Gaza, repetindo o deslocamento de terras sofrido pelos palestinos em 1948.