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Policial que matou jovem com tiro em subúrbio de Paris é indiciado por homicídio doloso e vai preso

Em Clamart, onde diversos incidentes foram registrados, a prefeitura da cidade decidiu instaurar um toque de recolher a partir desta quinta-feira, 21h, até segunda-feira, às 6h

Multidão sai às ruas em protesto contra a Polícia francesa pela morte do jovem Nahel M., 17 anos (Foto: Reprodução)
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RFI - O policial acusado de ter matado o jovem Nahel, 17 anos, em Nanterre, um subúrbio no oeste de Paris, foi indiciado nesta quinta-feira (29) por homicídio doloso (com intenção de matar) e colocado em detenção provisória.

O policial de 38 anos se apresentou à Justiça na tarde desta quinta-feira (29). "O meu cliente foi preso por disparar um tiro que julgou necessário, com a arma que lhe foi entregue pelo Estado para garantir a sua segurança e a dos cidadãos", declarou Laurent-Franck Liénard, o advogado do policial. “Vamos contestar e combater essa decisão judicial, por todos os meios da lei. Assim que a pressão política e a raiva das ruas diminuirão, e que pudermos ser ouvidos, vamos demonstrar que ele agiu de acordo com a lei”, acrescentou.

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Pouco antes, o promotor público de Nanterre, Pascal Prache, explicou em entrevista coletiva que "as condições legais do uso da arma não estavam reunidas"

Toque de recolher e passeata - Em Clamart, outro subúrbio da região parisiense, onde diversos incidentes foram registrados após o drama, a prefeitura da cidade decidiu instaurar um toque de recolher a partir desta quinta-feira, 21h, até segunda-feira, às 6h.

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Uma passeata em homenagem a Nahel reuniu cerca de 6.200 pessoas. O cortejo teve início às 14h (9h no horário de Brasília), em Nanterre, perto do local onde aconteceu o drama. A mãe da vítima, em cima de uma camionete, vestia uma camiseta com os dizeres “Justiça para Nahel”.

A marcha terminou na prefeitura de Nanterre. Houve protestos que acabaram em confusão. Os policiais jogaram gás lacrimogêneo na multidão e imagens mostram manifestantes respondendo com projéteis. Carros e equipamentos urbanos foram incendiados. Oito pessoas foram presas.

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O drama gerou uma onda de violência nos arredores de Paris, que se propagou na noite desta quarta-feira (28) por várias cidades da França, como Rouen, Alençon, Brest et Tours, em diferentes regiões. Valérie Pecresse, representante da região de Île-de-France, onde fica Paris, pediu a interrupção dos serviços de ônibus e bondes a partir de 21h de hoje nos bairros onde ocorreram protestos na última noite.

Um bonde e onze ônibus foram incendiados durante os tumultos na última quarta-feira (29). “Tudo isso são milhões de euros em serviços públicos que viraram fumaça, milhões de euros do dinheiro público, é uma irresponsabilidade, é preciso que isso acabe”, disse Pecresse, denunciando “atos imbecis e criminosos”.

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Como ocorreu o drama - Segundo informações do promotor, o carro de Nahel, uma Mercedes com placa da Polônia, vinha a alta velocidade, o que intrigou os policiais. Eles ligam a sirene da viatura e abordam o motorista em um farol vermelho, mas o adolescente passa direto.

Ele se vê obrigado a diminuir a velocidade perto da estação de trem, por conta de um engarrafamento. Os policiais então sacam as armas e pedem que ele pare, mas Nahel liga novamente o carro. Um vídeo, autenticado pela AFP, mostra que um dos dois policiais manteve Nahel sob a mira de uma arma e depois atirou à queima-roupa.

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O jovem motorista morreu logo após ser atingido no tórax. Um dos dois passageiros do veículo ainda está sendo procurado. A família de Nahel lamentou que o outro policial presente não seja indiciado por cumplicidade.

O jornal Le Figaro traz em seu site um perfil do jovem morto pelo policial. Ele já tinha sido detido 12 vezes por vários delitos. Alguns casos foram arquivados, mas um deles levou à execução de uma medida socioeducativa pronunciada por um juiz de menores, segundo informações da rádio Europa 1.

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O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, declarou que o número de policiais militares e civis mobilizados para conter a violência será de 40 mil agentes - 5.000 na região parisiense. “A resposta do Estado será inflexível. É preciso que todos tenham consciência de que a ordem pública será restabelecida”, disse.

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