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Rossi: ou Maduro dialoga ou não governa

Colunista da Folha, Clóvis Rossi diz que presidente eleito na Venezuela, Nicolás Maduro, precisa tentar reverter o "coro de rancor", vindo tanto da oposição como dos aliados

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247 - Contestado pelos amigos e inimigos, o presidente eleito na Venezuela, Nicolás Maduro, precisa dialogar, se não, não conseguirá governar. Essa é a avaliação de Clóvis Rossi, da Folha de S.Paulo, em sua coluna desta terça-feira. Somando-se aos problemas econômicos do país, Rossi conclui que o governo vizinho "flerta com a ingovernabilidade". A solução, como ensinou Lula, é o diálogo.

Leia abaixo seu artigo:

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Ou diálogo ou ingovernabilidade 

Nicolás Maduro sai das eleições de domingo quase 700 mil votos mais magro do que Hugo Chávez, na comparação com a presidencial de faz apenas seis meses.

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Mais magro e mais fraco, já desafiado por Diosdado Cabello, tido como líder da ala militar do "chavismo", que cobrou, mal divulgados os resultados, "uma profunda autocrítica", em um primeiro tuíte, logo seguido por outro em que pedia: "Busquemos nossas falhas até debaixo das pedras".

Cabello não deixou espaço para que seus companheiros culpem os "oligarcas" pelo resultado, ao dizer que "é contraditório que o povo pobre vote por seus exploradores de sempre". Aceita, pois, que uma parte importante do "povo pobre" votou contra Maduro. De quem pode ser a culpa, se não de Maduro e de suas esquisitices durante a campanha? Inferência lógica: o presidente eleito não é feito de madeira de lei boa o suficiente para liderar o "chavismo" sem Chávez.

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A Venezuela amanheceu com um presidente contestado pela oposição, o que era perfeitamente previsível, dada a magra diferença, e também pelo poderoso setor militar do oficialismo, que governa 11 das 23 províncias (12, se incluído o oposicionista Henry Falcón, também militar) e ocupa em torno de 1.500 cargos na inchada máquina pública venezuelana.

Já seria um formidável desafio se a situação econômica fosse tranquila. Como há problemas sérios em pelo menos três áreas que afetam o cotidiano (desabastecimento de gêneros essenciais, inflação descontrolada e violência em grau de calamidade), a Venezuela flerta com a ingovernabilidade.

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Resta a Maduro tentar ao menos atenuar a crispação política que Chávez levou ao paroxismo. Dialogar, enfim, como aconselhou um mestre nessa arte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Disse Lula, ainda antes da votação: "Maduro vai ter de cuidar mais da relação política; vai ter de cuidar mais das alianças com outros setores, vai ter de tentar colocar mais pessoas em torno da mesa para poder construir, de forma orgânica, a força que o carisma de Chávez construiu na Venezuela".

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Ecoam os chineses, os mais novos amigos de infância do "chavismo", por meio da agência oficial Xinhua: "Se não se conseguir reverter o grave sentimento de rivalidade entre governo e oposição, ver-se-á claramente prejudicado o fundamento da governança de Maduro e serão afetadas a economia nacional e a vida da população".

Do lado oposicionista, parece haver predisposição ao diálogo, de que dá prova afirmação do escritor Leonardo Padrón, bem-sucedido autor de telenovelas e que se considera de esquerda: "Estamos esgotados de tanto desencontro, de tanta agressão mútua. A rua é um desafinado coro de rancor", disse a "El País", na véspera do pleito.

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Quando fica demonstrado que a Venezuela está rachada rigorosamente ao meio, ou se baixa o volume desse coro ou se abrirá um período de turbulência que fatalmente transbordará para os países vizinhos, dadas as paixões que tanto o "chavismo" como o "antichavismo" cultivaram nos últimos 14 anos.

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