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O caso Wikipédia

Manipulador da Wikipédia criou a página de propaganda da Lu do Magalu na plataforma

Rodrigo Padula, que atacou a mídia independente, também atua a serviço de grandes corporações, como o Magazine Luiza. Ele diz que fez "de graça"

Rodrigo Padula e Lu do Magalu (Foto: Reprodução das redes sociais)
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247 – O ativista digital Rodrigo Padula, que liderou uma ação para classificar alguns veículos de comunicação como não confiáveis, entre os quais o Brasil 247, também atua a serviço de grandes corporações econômicas na Wikipédia. No dia 26 de maio de 2021, ele desenvolveu a página de propaganda institucional da personagem "Lu do Magalu" na plataforma, criando um verbete comercial que não deveria fazer parte de qualquer enciclopédia dedicada ao conhecimento. 

"Lu ou Lu do Magalu é uma influenciadora digital virtual criada para a estratégia de marketing do Magazine Luiza. Sua primeira aparição na internet foi em 2009 no YouTube para a promoção do iBlogTV. Desde 2009, Lu se tornou um grande fenômeno nas redes sociais, se tornando a terceira influenciadora digital com maior número de seguidores na internet, acumulando mais de 24 milhões de seguidores em plataformas digitais (Twitter, Instagram, Facebook, YouTube e TikTok). A influenciadora participa ativamente de atividades promocionais do Magalu com a publicação de vídeos de unboxing, avaliações de produtos e dicas de softwares e aplicativos. Em 2020, ela foi contratada para estrelar uma campanha de marketing da Adidas[4] e foi a primeira personalidade brasileira, além dos atletas patrocinados pela Red Bull, a ser retratada nos cartoons da marca", escreveu Padula, em tom de propaganda, ao criar o verbete da Lu do Magalu na Wikipédia

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Este link da própria Wikipédia demonstra que o verbete foi praticamente editado só por Padula, até porque não se trata de tema de interesse público, mas apenas comercial e privado. O Brasil 247 procurou a empresária Luiza Trajano e a assessoria de imprensa do Magazine Luiza para questionar sobre os motivos da criação de um verbete comercial na Wikipédia e sobre como se deu a possível contratação de Padula, que também foi procurado para se posicionar. A questão a ser respondida é: há um mercado de edições pagas de verbetes e de compra e venda de reputação na Wikipédia brasileira?

Em entrevista ao 247 na manhã deste sábado (2), Padula afirmou que escreveu o verbete supostamente "de graça" por ter "grande admiração pela família Trajano" – com mais de 1.100 lojas físicas, o Magazine Luiza tem  valor de mercado de R$ 44,6 bilhões e Luiza Trajano tem fortuna pessoal estimada em US$ 5,6 bilhões. Padula diz que criou o verbete, que não tem interesse público, na condição de fã da empresa.

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A assessoria da Magalu e do empresário informou que "Magazine Luiza e Frederico Trajano jamais contrataram Rodrigo Padula para editar quaisquer perfis na Wikipédia ou em qualquer outro site ou plataforma". A assessoria, no entanto, não informou se contratou qualquer agência de publicidade ou de comunicação que possa ter eventualmente subcontratado Padula, nem respondeu se tinha conhecimento das edições favoráveis que Padula diz ter feito para o Magalu e Trajano na condição de "fã" da empresa e da família.

Citado em recente reportagem do Globo como pessoa supostamente respeitada na Wikipédia, Padula também tem manipulado a plataforma em favor de uma candidatura presidencial: a do pedetista Ciro Gomes. Sua ação, que corrompe os princípios de isenção e neutralidade da plataforma, foi criticada pela Associação Brasileira de Imprensa, pela Federação Nacional de Jornalistas, pelo presidente da Associação Brasileira de Mídia Digital, Florestan Fernandes Júnior, e pelo coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho.

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Quem somos

Classificado como "não confiável" por Padula e alguns perfis anônimos na plataforma, o Brasil 247 é um dos principais veículos de comunicação do Brasil, com uma equipe de editores, colunistas e comentaristas formada por alguns dos mais renomados jornalistas profissionais do País, como Leonardo Attuch, Gisele Federicce, Mauro Lopes, Aquiles Lins, Tereza Cruvinel, Paulo Moreira Leite, Alex Solnik, Rodrigo Vianna, Joaquim de Carvalho, Helena Chagas, José Reinaldo Carvalho, Hildegard Angel, Cynara Menezes, Marcelo Auler, Gustavo Conde, Regina Zappa e Mário Vitor Santos, entre vários outros nomes que ocuparam posições de destaque em diversas redações. A equipe do site também reúne alguns dos principais e premiados cartunistas brasileiros, como Renato Aroeira, Miguel Paiva, Carlos Latuff e Nando Motta. Em 2021, Tereza Cruvinel venceu o Prêmio Comunique-se, como melhor colunista de opinião do Brasil.

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O site mantém também um conselho editorial formado por alguns dos maiores intelectuais do Brasil, como Celso Antônio Bandeira de Mello, professor emérito da PUC-SP, Luiz Carlos Bresser Pereira, professor emérito da FGV-SP e recentemente escolhido como o maior economista brasileiro num ranking internacional, Celso Amorim, embaixador, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, Carol Proner, jurista da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo, a filósofa Marcia Tiburi, os sociólogos Jessé Souza e Vilma Reis, o engenheiro Felipe Coutinho, da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, além dos jornalistas Florestan Fernandes Júnior, Paulo Moreira Leite, Mauro Lopes, Ferréz, Gisele Federicce e Leonardo Attuch.

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