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Brasília

Lawand admite conivência de Bolsonaro com golpismo: "bastava uma palavra para que manifestantes retornassem aos seus lares"

Coronel alega que em suas mensagens vazadas pela PF ele pedia que Bolsonaro "desse a ordem" para que bolsonaristas acampados recuassem. Outras mensagens desmentem essa versão

Jean Lawand Júnior e Jair Bolsonaro (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado | ABR)
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247 - Em seu depoimento à CPMI dos Atos Golpistas, o coronel Jean Lawand Júnior admitiu que bastava "uma palavra" de Jair Bolsonaro (PL) para que os manifestantes golpistas "retornassem aos seus lares e retomassem as suas vidas". A frase do militar do Exército Brasileiro permite concluir que o ex-presidente foi negligente quanto ao risco que as manifestações bolsonaristas passaram a apresentar após as eleições do ano passado - de fato, elas culminaram nos atentados terroristas golpistas de 8 de janeiro.

A declaração de Lawand se deu em um contexto no qual ele procurava se defender de acusações de golpismo. O coronel teve conversas de dezembro de 2022 vazadas com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em que suplicava: "Cid, pelo amor de Deus, convença o 01 [Bolsonaro] a salvar esse país!", "ele tem que dar a ordem irmão. Não tem como não ser cumprida."

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Os chavões "salvar esse país" e "dê a ordem, capitão", foram repetidos exaustivamente após as eleições por bolsonaristas radicais que pediam um golpe de Estado. A "ordem", no caso, seria um comando de Bolsonaro para que o Exército fizesse uma intervenção militar no país para supostamente "salvar o Brasil" do PT.

No entanto, Lawand, em sua fala à CPMI nesta terça-feira (27), alegou que seu pedido nas mensagens com Cid era para que Bolsonaro desse a ordem para que os manifestantes recuassem: "uma palavra do Bolsonaro, uma manifestação dele faria com que aquelas pessoas nas ruas retornassem aos seus lares e retornassem às suas vidas", afirmou. "Mas não acredito que ele tenha qualquer responsabilidade com o que aconteceu". 

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INCOERENTE - A versão apresentada por Lawand na CPMI, contudo, não bate sequer com as próprias mensagens obtidas pela PF. No dia 21 de dezembro, o coronel enviou a Cid: "Na escuta? Soube agora que não vai sair nada [uma ordem para um golpe de Estado]. Decepção irmão. Entregamos o país aos bandidos". Cid respondeu: "infelizmente."

Na mensagem seguinte, no mesmo dia, Lawand ainda mencionou os próprios manifestantes e exaltou a permanência deles nos acampamentos: "peça por favor para avisarem ao povo, que está há 52 dias cagando em banheiro químico, dormindo mal, e pegando chuva. Ele merece saber a verdade"

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