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Nordeste

Braskem tem que acelerar trabalhos de fechamento de minas em Maceió, diz ministro dos Transportes

"A empresa tem que acelerar este cronograma para que não vejamos essas movimentações... Isso aterroriza", disse Renan Filho

Ministro dos Transportes, Renan Filho (Foto: José Cruz - ABR)
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Reuters - A Braskem precisa apressar os trabalhos de preenchimento de minas de extração de sal sob a superfície de Maceió como forma de se evitar uma repetição do afundamento ocorrido nesta semana que tem causado alarme na cidade, afirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho, nesta sexta-feira.

A atividade de extração de sal sob a capital alagoana vinha sendo realizada desde os anos de 1970, mas foi interrompida em 2019 após bairros da cidade passarem a registrar rachaduras em ruas e em edifícios diante da movimentação de enormes cavidades criadas com a mineração.

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Desde então, cerca de 50 mil pessoas foram retiradas de cinco bairros da cidade por precaução em meio ao registro constante de sismos e movimentações do solo.

"Isso tem demorado muito", disse Renan Filho em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira, referindo-se aos trabalhos da Braskem para o fechamento e estabilização das minas em Maceió.

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"A empresa tem que acelerar este cronograma para que não vejamos essas movimentações... Isso aterroriza", acrescentou o ministro, que é alagoano e foi governador do Estado de 2015 a 2022.

O ministro afirmou que tem mantido contato com autoridades locais e defendeu uma maior participação do governo federal nos trabalhos de solução da crise.

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Na manhã desta sexta-feira, a prefeitura da cidade informou à Reuters que desde a véspera a situação da região, que fica também próxima da lagoa Mundaú, seguia a mesma, com o solo cedendo cerca de 5 centímetros por hora. Na quarta-feira, a Defesa Civil de Alagoas emitiu um alerta de colapso iminente da mina 18 da Braskem, no bairro de Mutange.

Em entrevista à CNN Brasil, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que a área tem sido constantemente monitorada e que há planos de contingência preparados para ações rápidas. Segundo ele, o ritmo com que o solo vem cedendo desacelerou, mas não é possível descartar com certeza a chance de um desastre.

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"Nós estamos lidando com a possibilidade de desastre. E no desastre tem muita imprevisibilidade", disse Góes à emissora.

"Não posso garantir que a gente vá poder comemorar as próximas horas nessa mesma direção de diminuir a possibilidade de risco de acontecer um novo evento ou talvez voltar à imprensa e dizer: 'olha, acelerou o processo'", afirmou.

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A iminência de um desastre de proporções preocupantes pode dar fôlego às movimentações para a instalação, no Senado, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), avaliou uma fonte da Casa. Criada a partir de requerimento do senador Renan Calheiros (MDB-AL), no fim de outubro, a CPI ainda não foi instalada, porque líderes de bancada não concluíram a indicação de nomes para compor o colegiado.

Na avaliação dessa fonte, a demora na indicação dos integrantes da CPI poderá cobrar seu custo político.

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Maceió tem sob sua superfície 35 minas de sal-gema, mineral usado na produção química da Braskem. A companhia reservou 14,4 bilhões de reais desde o início da crise para compensação de moradores e entes públicos, além dos trabalhos para estabilização das minas.

As ações da Braskem recuavam cerca de 10% nesta sexta-feira, maior queda do Ibovespa.

Procurada nesta sexta-feira sobre os comentários do ministro, a Braskem não pôde comentar o assunto de imediato. Um dia antes do alerta da Defesa Civil de Alagoas, a empresa afirmou que esperava concluir no início de 2024 as ações do plano de realocação e compensação de moradores de Maceió e encerrar até 2025 o fechamento das minas.

"O ritmo desse cronograma tem que ficar claro, se não pode acelerar, eles têm que dizer por que não pode", disse Renan Filho na entrevista, comparando o desastre a outros de grandes proporções ocorridos no mundo, como o da explosão da usina nuclear de Chernobyl, em 1986, que também obrigou um êxodo de milhares de pessoas.

A crise na mina 18, que, segundo Renan Filho, seria uma das próximas a ser preenchida para estabilização, ocorre em um momento em que o nível de alavancagem da Braskem disparou, pressionado por um quadro de excesso de oferta de petroquímicos no mercado global e demanda lenta, e afetado ainda pelos desembolsos relacionados a Maceió.

A intensificação da movimentação do solo na região também ocorre em um momento em que a Novonor, ex-Odebrecht, recebeu propostas de interessados na compra de sua participação na Braskem. O grupo petrolífero de Abu Dhabi Adnoc anunciou em novembro uma oferta de 10,5 bilhões de reais pela fatia.

A Braskem foi intimada na quinta-feira sobre decisão da Justiça em ação de autoridades federais e de Alagoas relacionada à movimentação da mina 18. O valor atribuído à ação pelos autores é de 1 bilhão de reais.

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