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Sudeste

Crivella rebatiza ruas de favela e usa nomes como “Adoração” e “MonteSião”

Evangélico com base política e eleitoral ligada principalmente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), publicou um decreto que rebatiza ruas da favela Vila do João, no Complexo da Maré, na zona norte da capital; moradores não receberam muito bem alguns nomes escolhidos, como "rua Adoração", "rua Éden" e "travessa Monte Sião"; segundo o decreto, 42 logradouros da Vila do João deixam de ser conhecidos por números; um trecho da rua 16, por exemplo, passou a se chamar "rua do Otimismo"; moradores criticaram o contraste entre os nomes escolhidos e a violência na região, controlada por traficantes de drogas e palco constante de tiroteios

Evangélico com base política e eleitoral ligada principalmente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), publicou um decreto que rebatiza ruas da favela Vila do João, no Complexo da Maré, na zona norte da capital; moradores não receberam muito bem alguns nomes escolhidos, como "rua Adoração", "rua Éden" e "travessa Monte Sião"; segundo o decreto, 42 logradouros da Vila do João deixam de ser conhecidos por números; um trecho da rua 16, por exemplo, passou a se chamar "rua do Otimismo"; moradores criticaram o contraste entre os nomes escolhidos e a violência na região, controlada por traficantes de drogas e palco constante de tiroteios (Foto: Leonardo Lucena)
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Rio 247 - O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), publicou nesta terça-feira (3) um decreto que rebatiza ruas da favela Vila do João, uma das que compõem o Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense. Moradores da comunidade não receberam muito bem alguns nomes escolhidos, como "rua Adoração", "rua Éden" e "travessa Monte Sião". Cariocas reclamaram nas redes sociais de suposto "cunho religioso" na escolha dos nomes.

Crivella é evangélico e tem base política e eleitoral ligada principalmente à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), da qual é bispo licenciado. "Eu não fui consultada e, sinceramente, os nomes são ridículos e têm um cunho religioso aí, pode conferir", afirmou Angel Hortega na página "Maré Vive", no Facebook. "Quero ver quando entrar outro prefeito que não seja evangélico. Será que vai continuar com o mesmo nome?", questionou Angelo Maximo, também na rede.

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De acordo com o texto do decreto, 42 logradouros da Vila do João deixam de ser conhecidos por números. Um trecho da rua 16, por exemplo, passou a se chamar "rua do Otimismo"; parte da travessa 18 agora tem o nome de "travessa Perdão".

Moradores criticaram o contraste entre os nomes escolhidos e a realidade de violência na região, controlada por traficantes de drogas e palco constante de tiroteios.

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A internauta Naiara Rodrigues ironizou no Facebook: "Eu fico me perguntando onde que eles viram referência à tranquilidade, suavidade e sossego [exemplos de novos nomes de rua na Vila do João] aqui dentro da favela".

Alguns usuários defenderam a iniciativa da prefeitura. Hélio Henriques de Pinho argumentou que a medida não tem ônus algum para os cofres públicos. "O prefeito não pode atuar exclusivamente nas prioridades e abandonar o resto. Essa iniciativa objetiva conferir legalidade, tem um custo ínfimo e traz um benefício enorme. Se não gostaram dos nomes, apresentem sugestões para mudar ou mudem-se vocês", acrescentou.

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O internauta Anderson Cordeiro disse que os novos logradouros "ficaram com a esperança de um mundo melhor". "Melhor isso do que nomear, por exemplo: rua do Tiroteio, rua da Execução, rua do Massacre... Minha opinião." 'Se Nova York tem, por que não na Maré?'

Marcos Barcellos, que era o presidente da Associação de Moradores da Vila do João até janeiro desse ano, disse ao site UOL que a proposta para alterar os nomes das ruas da favela foi apresentada na gestão anterior a Crivella, a do ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), em 2015. Segundo ele, na ocasião, o governo pediu que os moradores da comunidade fizessem um processo de seleção, mas disse que a iniciativa não surtiu efeito prático.

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"Eles pediram para fazer uma votação. Teve só uns três ou quatro nomes escolhidos pela maioria, mas foi uma coisa muito informal. Eles não nos deram estrutura nenhuma para fazer uma campanha como essa. A divulgação disso não deu resultado algum", afirmou.

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