Moradora de Copacabana reclama da falta de policiamento: 'são 50 meninos para uma viatura'

247 -  A advogada Gabriella Ferreira, moradora da zona sul do Rio de Janeiro, diz que a alta da violência na região está ligada à falta de policiamento. “São 50 meninos para uma viatura”, disse ela à CNN Brasil. A declaração da advogada foi feita em meio à repercussão da agressão a um homem após tentar socorrer uma vítima de arrastão e da formação de grupos de “justiceiros” para tentar inibir a violência na região.

"Dias de sol, que têm praia, eles (criminosos) vêm desde Ipanema e fazem a limpa por toda Copacabana, chegando até Princesa Isabel", relatou. "Esses episódios têm ocorrido diariamente, praticamente uma rotina nossa. A partir das 17h, a volta da praia fica muito mais perigosa", completou. Segundo Gabriella, a falta de policiamento tem levado os seguranças das lojas a agirem para proteger as vítimas e o comércio local.

"Infelizmente, saímos sem nada, sem celular para não sermos roubados e sem documentos para evitar prejuízos. Se pudermos sair sem isso, infelizmente, sairemos. Não podemos ter nada aqui no Rio de Janeiro", acrescentou. “Infelizmente são menores de idade que fazem isso. A polícia está enxugando gelo, porque eles prendem e logo estão soltos de novo”, destacou. 

Em resposta, a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que atua na região para prender em flagrante qualquer envolvido em crimes e que reforçou o policiamento na área. A nota enviada à imprensa ressalta que as unidades operacionais frequentemente realizam ações de revistas e abordagens a pessoas em situação de vulnerabilidade, além de esforços para coibir roubos e furtos.

Dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), mostram um incremento considerável nos registros de roubos e furtos na área. Entre janeiro e outubro de 2022 e 2023, Copacabana teve aumentos significativos nos casos de furto a transeunte (56,3%), roubo de celular (47%) e furto de celular (34,9%), entre outros indicadores alarmantes.

Em um ano, os furtos registrados subiram 23%, passando de 3.978 para 4.914 ocorrências. Os roubos também cresceram, passando de 760 para 951 casos, representando um aumento de 25%.