CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Sul

Dias Toffoli tranca casos da Lava Jato contra Beto Richa

Quando era governador, Richa foi alvo de quatro investigações chanceladas pelo ex-juiz suspeito Sergio Moro

Dias Toffoli (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Conjur - Como já reconhecido em precedentes semelhantes do Supremo Tribunal Federal, o ex-juiz Sergio Moro, antigo responsável pelos processos da “lava jato”, ultrapassou os limites do sistema acusatório, priorizou interesses pessoais, adotou medidas não ortodoxas e atuou como investigador. E houve conluio processual com a acusação em muitos casos, em detrimento de direitos fundamentais dos réus. 

Com esse entendimento, o ministro Dias Toffoli, do STF, reconheceu nesta terça-feira (19/12) tal panorama com relação ao ex-governador do Paraná e hoje deputado federal Beto Richa (PSDB). Toffoli anulou todos os atos praticados por Moro e pelos integrantes da “lava jato” e trancou as investigações penais instauradas contra o político na Justiça Federal de Curitiba.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Quando era governador, Richa foi alvo de quatro investigações decorrentes dos trabalhos da “lava jato”, chanceladas por Moro, então juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Ao STF, o deputado alegou que foi perseguido pelas vias judiciais. Segundo ele, Moro e os procuradores da “lava jato”, especialmente Diogo Castor de Mattos, agiram de forma parcial.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Com base em diálogos da “operação spoofing”, a defesa de Richa — feita pelo advogado Rodrigo de Bittencourt Mudrovitsch — indicou que os procuradores da “lava jato” e Moro atuaram de forma coordenada para incriminar o então governador mesmo antes de haver denúncias contra ele.

Toffoli concordou com o relato. “Não há como deixar de concluir que há necessidade de se avançar em relação ao que já decidido, sendo, portanto, imperiosa a determinação de trancamento das investigações e processos em curso contra o requerente”, assinalou.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Lawfare

De acordo com os diálogos da “spoofing” apontados pela defesa, Moro buscava informações que pudessem confirmar as acusações contra Richa e discutia com os procuradores estratégias para os casos. Já Castor de Mattos tinha um desejo antigo de condenar o político.

Castor começou suas investidas contra Richa em 2011, quando ainda era advogado. Ele ajuizou uma ação popular contra o então governador do Paraná sobre a operação dos radares de trânsito de Curitiba. Mas ele mesmo não deu andamento ao processo, pois pouco tempo depois foi nomeado procurador federal da Advocacia-Geral da União.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Em 2020, já no Ministério Público e pouco após seu desligamento da “lava jato”, Castor tentou reativar a ação popular. Para isso, ele juntou a ela informações confidenciais obtidas em relatos de um delator da força-tarefa curitibana. Mesmo assim, a ação foi extinta sem resolução de mérito.

O primeiro inquérito policial instaurado pela Polícia Federal de Curitiba contra Richa (e outras pessoas) a pedido de Castor, em 2017, foi distibuído, por dependência, à 1ª Vara Federal de Jacarezinho (PR). Em seguida, o procurador alegou erro material na portaria de instauração e pediu o arquivamento do caso — mesmo após a quebra do sigilo bancário, fiscal e telemático dos investigados.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Segundo o deputado federal, a intenção de Castor foi atrair de forma indevida a competência da Justiça Federal de Curitiba. Os integrantes da “lava jato” foram designados para atuar junto a Castor nos processos relacionados a Richa em Jacarezinho.

Logo em seguida, de acordo com a defesa, o procurador transportou uma cópia integral do procedimento investigatório criminal (PIC) de Jacarezinho para Curitiba. Lá, a “lava jato” protocolou o caso como se fosse um novo PIC, relacionado aos mesmos fatos. A estratégia funcionou e a Vara de Jacarezinho enviou os autos para a 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada por Moro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Tais procedimentos serviram de base para diligências do MPF, incluindo uma medida de busca e apreensão e a prisão de Richa em 2018 — prontamente revogada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF. Tudo isso aconteceu às vésperas das eleições, nas quais o então governador despontava como principal candidato ao Senado pelo Paraná.

Castor ficou conhecido por ter financiado, em 2019, a instalação de um outdoor em homenagem à “lava jato” em Curitiba. Por isso, em 2022, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu aplicar pena de demissão contra o procurador. Mas ele continua na função, já que, conforme a Constituição, a penalidade administrativa não é suficiente para a perda definitiva do cargo. No último mês de novembro, a 1ª Vara Federal de Curitiba arquivou o processo no qual o MPF buscava garantir a demissão de Castor.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando...

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Carregando...

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO