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Saúde

Pais comem bem. Filhos fazem igual

Especialista dá dica de como pais podem influenciar positivamente alimentação das crianças

(Foto: Reprodução/Divulgação)
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Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein - João Pedro Dirani tem 8 anos e não dispensa a salada de tomate com cebola em cada refeição. Aliás, ele adora legumes e verduras. Já Manuela, a irmã dele de 3 anos e meio é “mais enjoadinha para comer”, nas palavras da mãe Raquel Dirani Zanuto, de 29 anos. “A Manu tem o paladar muito parecido com o do pai. Não come uma série de coisas”, conta Raquel. A diferença nos paladares das duas crianças pode ter começado na introdução alimentar de cada uma. Muito cedo, aos cinco meses de idade, João foi para a escolinha. E foi lá que ele conheceu os mais diversos sabores. “A alimentação lá era bem balanceada e ele aprendeu a comer de tudo”, continua a mãe. Já Manuela foi para a escolinha mais tarde – com 3 anos – e teve o paladar formado de acordo com as preferências dos pais ou o que foi apresentado por eles.  

“No geral, os pais ou responsáveis são a principal influência nos gostos alimentares das crianças. É neles que elas se espelham e com eles que aprendem a experimentar e  descobrem o que gostam e o que não gostam, a única forma de aprender a gostar de algum alimento é o mesmo sendo apresentado a criança mais de uma vez”, explica Fabiana Rasteiro, nutricionista da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Ela conta que os hábitos alimentares começam já na gestação. “Tudo o que a mãe come ou experimenta durante a gestação acaba ficando, de certa forma, na memória do bebê. Na amamentação, os sabores do que a mãe ingere são transferidos para o leite materno. “Este é o primeiro momento da formação do paladar”, diz a nutricionista.

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A introdução alimentar  deve ser iniciada a partir dos 06 meses de vida, antes disso a criança ainda não está preparada para receber outros tipos de alimentos. Segundo o Ministério da Saúde a amamentação é recomendada até os dois anos de idade ou mais, e que nos primeiros 6 meses, o bebê receba somente leite materno, sem necessidade de sucos, chás, água e outros alimentos.  

Crianças com hábitos saudáveis são, de acordo com a especialista, espelho dos pais. “Por mais que as crianças convivam em outros ambientes com costumes e regras diferentes é em casa que elas desenvolvem o paladar e as rotinas”, conta. Para evitar caretas para pratos com verduras, legumes e choro para as frutas na hora de sobremesa, seguem algumas dicas da nutricionista do Einstein:

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Na introdução às papinhas não misture os legumes

As crianças precisam conhecer o gosto de cada alimento. Quando em uma mesma papinha estão misturados vários legumes – como batata, cenoura e abobrinha, por exemplo – fica difícil determinar o sabor de cada item, tampouco as cores e cheiros. “A criança precisa saber o que está comendo para através da experimentação  decidir se gosta ou não. Nem sempre a criança irá gostar de primeira de certos alimentos, o mesmo deve ser apresentado diversas vezes, é necessário insistir”, diz a nutricionista.

Estimule o contato com a comida

Nem sempre é possível, mas a nutricionista recomenda reservar uma refeição do dia para que os pais (ou responsáveis) deixem a criança comer sozinha, sem ajuda. “É importante que ela pegue o alimento, sinta a textura e o cheiro antes de colocar na boca. E muitas vezes, a última coisa que ela vai fazer é comer. A sujeira e bagunça fazem parte do processo de aprendizagem, descobertas e desenvolvimento do paladar”

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Seja exemplo

Não adianta querer que seu filho coma verduras e legumes se você não come. Ele vai se espelhar em você e, conforme for crescendo, vai pensar “porque eu tenho que comer legumes e eles não comem nada disso?”

Crie rotina

Crianças em especial precisam de rotina. E a hora de comer é importante para que ela entenda que as refeições têm hora para acontecer. Isso é importante também para que ela desenvolva os sinais de fome e saciedade. Estipule o horário de almoço, jantar e lanches e sempre que possível que sejam realizados em família.

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Todos à mesa

A hora da refeição deve ser prazerosa e um momento em que a família se reúne. Por isso, é importante que as crianças estejam à mesa com os pais neste momento, sem interferência de televisão, de celulares, vídeo games ou outros aparelhos eletrônicos. “A hora de comer tem que ser valorizada pela família. Ajuda a formar vínculos e a desenvolver bons hábitos alimentares”.

Comida não é objeto de troca

Alimentos não devem ser usados como recompensa por um bom comportamento. “Também não é legal oferecer recompensas como sobremesa ou doces se a criança comer tudo. Comida não deve ser objeto de troca. Às vezes a criança come sem fome, apenas porque vai ganhar algo ou um doce e isso não é bom”, diz Fabiana. 

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Não se frustre

Nem sempre a criança vai gostar de determinado alimento na primeira mordida. A dica da nutricionista é apresentar várias vezes o mesmo alimento e em diferentes formas de preparo. “A criança precisa ser exposta ao alimento mais de uma vez. Então, se hoje você deu um purê de cenoura, alguns dias depois você pode oferecer cenoura ralada, depois oferecer a cenoura baby. Nem sempre ela vai gostar do alimento em todas as suas formas ou preparo”.

Evite substituições

É comum depois de ouvirem seus filhos dizerem que não querem determinada comida (no almoço ou jantar) os pais trocarem por um leite ou uma bolacha para que a criança não sinta fome naquele momento. Substituições não são interessantes para o hábito alimentar que está em formação. “Essas trocas podem resultar na deficiência de nutrientes além de um ciclo. Se ela não almoçou e os pais trocaram por um leite algum tempo depois, isso pode interferir no seu hábito alimentar e atrapalhar as próximas refeições. Crianças precisam entender que cada refeição tem uma composição específica. Se a criança não tiver fome não precisa comer, mas não é necessário trocar por guloseimas ou apenas coisas que a criança aceite melhor já que não quer a refeição”.

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