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Ivanildo di Deus Souto

Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Piauí/Teresina-PI

8 artigos

blog

A cumplicidade dos militares com o governo neocolonialista-miliciano-chacoteiro de Bolsonaro

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O intervencionismo dos militares na política brasileira remonta desde a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) na Guerra contra o Paraguai, em 1870. Fortalecidos, proclamaram a República e desde então intrometem-se  na vida público-administrativa do país como se isto fosse competência constitucional suas e passam a ditar os rumos da nação, tendo sempre um comportamento antinacionalista e anti-povo, portanto, colonialista-imperialista. 

Há uma carência, entretanto, de evidenciar-se que o comportamento mais acintoso e conscientemente colonialista, antinacionalista e anti-povo dos militares brasileiros dar-se após a II Segunda Guerra Mundial, à criação da ONU e à ascensão dos Estados Unidos da América à condição de Império Mundial e da sua política de intervencionismo geopolítico no mundo inteiro à usurpação dos recursos naturais estratégicos das nações latino-americanas, africanas e asiáticas. O intervencionismo geopolítico no Estado Brasileiro dar-se, de forma mais acirrada, com a descoberta do petróleo no país e a criação da PETROBRÁS, no governo de Getúlio Vargas, em 1953.

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Como não é objeto tratativo deste artigo fazer-se uma análise sociológica das investidas dos militares ao longo de toda a História Republicana Brasileira, abordá-se-á, aqui, apenas o curto período compreendido desde o Golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Roussef do Palácio do Planalto, promoveu o encarceramento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e culminou com o governo neocolonialista-miliciano-chacoteiro e nazi-fascista-genocídico de Jair Bolsonaro. 

De antemão, diga-se, que as Forças Armadas Brasileiras, através de grande parte dos seus oficiais, foram co-artífices do Golpe de 2016, embora, primeiramente, tenham atuado apenas nos bastidores; um golpe que foi judicial, parlamentar, militar e midiático projetado pelo Imperialismo Estadunidense a partir da descoberta do Pré-Sal, em 2006. À efetivação do golpe inúmeros eventos foram promovidos pela CIA e pelo Departamento de Justiça dos EUA: “o roubo, em 2008, confirmado pela Polícia Federal,  de dois contêineres com computadores e HDs contendo informações sigilosas da PETROBRÁS relacionadas ao Pré-Sal; (1) o treinamento de membros do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal, dos movimentos sociais direitistas brasileiros e de políticos brasileiros por agentes da CIA; (2) as manifestações conservadoras de junho de 2013, a “Campanha Não Vai Ter Copa” e a deflagração da Operação Lava-Jato, em 2014, cujo aparente objetivo era o combate à corrupção no país.

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Salientar-se-à que os militares ficaram em implacável e silencioso banho-maria durante a maior parte do processo construtivo do Golpe de 2016 e só puseram-se a agir abertamente e a vociferar contra a frágil democracia brasileira depois do impeachment de Dilma Roussef quando o ex-juiz suspeito, parcial e “agente da CIA”, Sérgio Moro, via Operação Lava Jato, estava prestes a concluir a edificação da sua peça judicial ficcional para condenar o ex-presidente Lula, cassar os seus direitos políticos, prendê-lo e tirá-lo do pleito eleitoral de 2018, depois de larga sanha persecutória a ele, já que era o franco favorito à vitória conforme apontavam todas as pesquisas eleitorais de então.

Uma das declarações mais contundentes dadas por membros das Forças Armadas foi feita no dia 21 de setembro de 2017, em Brasília (DF), pelo general Antonio Hamílton Martins Mourão, ex-adido militar nos EUA, então Secretário de Economia e Finanças do Exército e atual Vice-Presidente da República. Mourão afirmou, categoricamente, ser favorável a uma intervenção militar no país. Disse a membros da maçonaria candanguense referindo-se ao contexto nacional: “Na minha visão ... há aproximações sucessivas [de fatos] até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública todos os elementos envolvidos em ilícitos ou então teremos que impor isso.” “Os poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, chegará a hora que teremos que impor uma solução”. (3) 

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Corroborando com o Golpe, posto que foi beneficiário direto dele, Mourão pressionava principalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal à condenação de alguns dos réus da Lava Jato. Naquele momento, era presidente do país o golpista Michel Temer, envolvido até a alma em escândalos de corrupção. Temer seria preso em 2019 quando deixou a presidência da República, entretanto o alvo da fala de Mourão era outro: Lula, para que, preso e com os direitos políticos cassados, não pudesse ser candidato nas eleições de 2018. Em 09 de fevereiro de 2018, o ministro lavajatista do STF Edson Fachin rejeitava um habeas corpus da defesa de Lula em que se solicitava a suspeição e a parcialidade do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato e se pedia o relaxamento da sua prisão. Logo, em vez de enviar o recurso à Segunda Turma, Fachin decidiu enviá-lo ao Plenário, contrariando o regimento e vasta jurisprudência da Corte. Controvérsias à parte, o julgamento foi marcado para o dia 4 de abril do mesmo ano em processo aceleradíssimo.

A pressão feita ao STF e a comprovação da participação dos militares no Golpe de 2016 seria dada na véspera desse julgamento pelo Plenário do STF, em 3 de abril de 2018, por outro oficial das Forças Armadas, o então Comandante do Exército general Eduardo Villas Bôas, também beneficiário direto do golpe (no início do governo ele foi nomeado por Bolsonaro como assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional do Planalto), em postagem no Twitter. Disse: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.(4) Não deu outra: o STF ratificou a condenação de Lula.

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A eleição de Jair Bolsonaro fez ascender  as Forças Armadas e a extrema-direita  ao poder e instituiu uma Ditadura Militar disfarçada no país, caracterizando-se por ser um governo neocolonialista-miliciano-chacoteiro e nazi-fascista-genocídico, que promove, literalmente: a desestabilização e a insegurança institucional, o desmonte da estrutura governamental do Estado Brasileiro e o solapamento da soberania nacional, via reformas institucionais, privatização das principais empresas estatais, geradoras de riqueza, emprego e renda, e de declarações e ações nefastas e esdrúxulas; a desisduntrialização do país e a reprimarização da economia, tendo como sustentáculo o agronegócio em detrimento à Reforma Agrária e à Agricultura Familiar;  incentivo ao desmatamento e destruição dos ecossistemas, como o amazônico e o do pantanal; o asfixiamento e retrocesso cultural-científico-tecnológico e a precarização da educação básica e superior  e da saúde pública, extinguindo programas, cortando verbas, fechando instituições; o fomento ao subemprego e ao desemprego, à fome e à miseralização do povo brasileiro; o patrocínio e a prevaricação escancarados ao genocídio pandêmico dos, até agora, mais de 460.000 brasileiros mortos pelo coronavírus, comprovados pelas investigações, documentos e depoimentos feitos pela CPI da Pandemia ainda em curso no Congresso Nacional.

Os mais de 6.300 oficiais das Forças Armadas investidos em cargos na esfera federal fazem um verdadeiro “Governo das Mil e Uma Noites” para eles, para as elites brasileiras, para o Imperialismo Estadunidense e para as grandes corporações empresariais transnacionais que concorrem no mercado mundial; entretanto, fazem um “Governo de Filme de Terror” ao Brasil e ao povo brasileiro, que sofrem as penas infernais de suas decisões políticas anti-patrióticas e anti-povo. Os militares brasileiros, em sua maioria, desde a posse do seu capitão miliciano como Presidente da República, têm tido comportamento oficial que contrariam e desnorteiam  qualquer padrão de natureza governamental e diplomática: deleitam-se com os devaneios nazi-facistas-milicianos do chefe e dizem “amém” aos seus rompantes insanos governamentais. À bordo de um barco à deriva dos interesses imperialistas-neoliberais e neocolonialistas, fazem o governo do entreguismo das nossas estatais, dos nossos recursos naturais estratégicos, do anti-federalismo, da bizarrice, da  fanfarrice, da chacota e do sadismo à Nação; na verdade, virando ao avesso, fazem um DESGOVERNO NACIONAL, corporativista e autoritário, que insufla o caos, a discórdia, a desinstitucionalização do país e a miseralização do povo latino-americano brasileiro.    

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Vários são os episódios protagonizados pelo Presidente e pelos principais ocupantes de cargos no Planalto e outros oficiais que comprovam a chancela e o ridículo papel que ora cabe às Forças Armadas. São evidências concretas: narcotráfico de cocaína em avião da Força Aérea Brasileira que transportava a comitiva presidencial em viagem oficial ao Japão; chacotagem constante ao povo brasileiro; deboche à aparência fisionômica da esposa de Macron, presidente francês; inúmeras acusações à China, principal parceiro comercial do país; apoio e elogios às chacinas ocorridas no país; negacionismo, charlatanismo e cumplicidade com o genocídio pandêmico do COVID-19; criação do “Gabinete Paralelo da Saúde” ao aconselhamento do presidente na pandemia; declarações mentirosas de governistas na CPI da Pandemia; participação de general da ativa em ato público com o presidente; constante troca de titulares do primeiro escalão do governo e da cúpula das Forças Armadas; indícios contundentes de prática de crimes contra a administração pública, prevaricação e corrupção no governo por gastos abusivos dos recursos públicos em alimentação, férias do presidente, compra de apartamento milionário pelo filho do presidente e enriquecimento ilícito de agentes públicos federais; “orçamento paralelo” para beneficiar emendas parlamentares de apoiadores congressistas. Etcetera, etcetera e etcetera! 

Em síntese: um dos três grupos republicanos da década de 1880, fundamentado no Positivismo de Augusto Comte, defendia que “só os militares poderiam acabar com a corrupção no país”. Tal argumento constituiu-se numa verdadeira falácia ao longo da História Republicana quando as Forças Armadas governaram o Brasil. No atual Governo dos Militares de Jair Bolsonaro, a corrupção dá sua “Cara de Medusa” de vez em quando e, o pior, agora, é que vem maquiada de sarcasmo e sadismo. Urge, então, pertinentemente, dar-se uma resposta aos dois generais protagonistas do Golpe de 2016: “Generais Mourão e Villas Boas, Vossas Excelências e as Forças Armadas Brasileiras, mais uma vez na História, falharam vergonhosamente numa missão que não é de vossas alçadas, de intervirem na vida pública e governamental do país. Vossas Excelências, generais, devem, doravante, bater continência não ao Imperialismo Estadunidense, mas, sim, ao Brasil e ao Povo Brasileiro, pois cabe aos civis, verdadeira e constitucionalmente, a insígne missão de lutar,   governar, transformar e desenvolver nossa Pátria Mãe!”

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